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Politica

Aliados de Sarney reagem à ofensiva de senadores e preparam representações

Os aliados do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), preparam contra-ataque à ofensiva do PSDB, do DEM e de senadores que prometem uma nova representação contra o peemedebista no Conselho de Ética. Senadores ligados a Sarney encomendaram a assessores a elaboração de representações por quebra de decoro parlamentar contra colegas. A ideia é dividir a responsabilidade pela crise que atinge a imagem da instituição com outros senadores. Podem ser alvo de representação, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Efraim Moraes (DEM-PB) e Tião Viana (PT-AC). Todos já estiveram envolvidos em denúncias de irregularidades nos últimos meses. A estratégia dos senadores próximos ao presidente do Senado é intimidar opositores que insistirem em desgastar ainda mais imagem do peemedebista. Eles também seriam levados ao colegiado na tentativa de diminuir a pressão contra Sarney. O líder do PSDB disse que a resposta dos aliados do presidente do Senado é esperada. Virgílio anunciou hoje que o PSDB vai representar Sarney no Conselho de Ética utilizando como base suas denúncias. Virgílio pressionou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), a assinar a representação. A bancada não foi consultada. "Não podemos mais viver de chantagem. É preciso posições firmes para mostrar que o Senado não suporta mais ser comandado pelo presidente do Senado. A situação de Sarney é insustentável", disse. Contra o tucano pesa as acusações de que teria recebido um empréstimo do ex-diretor-geral Agaciel Maia, mantido um servidor fantasma em seu gabinete e ultrapassado limites com gastos de saúde com o tratamento de sua mãe. Virgílio informou que não pegou empréstimo com o ex-diretor e devolveu o dinheiro pago irregularmente ao funcionário. Vianna foi constrangido por ter emprestado o telefone celular do Senado para sua filha utilizar a em viagem de férias ao México. A conta do celular foi de R$ 14.758,07 e o senador afirmou que devolveu os recursos. Cristovam foi envolvido no escândalo dos atos secretos porque sua mulher, Gladys Pessoa de Vasconcelos Buarque, servidora da Câmara há mais de 26 anos, teria sido nomeada, por uma decisão sigilosa, assistente parlamentar, em janeiro de 2007, na liderança do PDT, partido de Cristovam. Moraes pode ser representado pelas denúncias de irregularidades na administração dos contratos terceirizados do Senado durante sua gestão na primeira secretaria. A movimentação dos aliados de Sarney começou depois que foram divulgadas gravações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal que indicariam que o presidente do Senado negociou a contratação do namorado da neta. A reprodução dos diálogos aumento a pressão para Sarney deixar o cargo. Além do PSDB, o DEM avalia protocolar uma representação contra Sarney. O PT também se posicionou. O líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), divulgou nota nesta sexta-feira afirmando que a bancada continua defendendo o afastamento temporário do presidente do Senado. Mercadante afirmou que a divulgação das gravações da Polícia Federal que indicariam que Sarney negociou a contratação do namorado da neta é "grave, porque há indícios concretos da associação do peemedebista com atos secretos". O presidente da Casa foi denunciado por causa de seu envolvimento com os atos secretos, pela suspeita de que teria interferido a favor de um neto que intermediava operações de crédito consignado para servidores do Senado, pela suspeita de ter usado o cargo para interferir a favor da fundação que leva seu nome, e pela a contratação do namorado de sua neta para trabalhar na Diretoria Geral do Senado.