Politica

José Dirceu deve voltar ao Diretório Nacional do PT

postado em 25/07/2009 09:14
Escalado para ajudar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, na campanha ao Palácio do Planalto, em 2010, o deputado cassado José Dirceu deverá retornar formalmente à direção do PT. Seu nome compõe a chapa da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), grupo que inscreverá hoje a candidatura do presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra, ao comando do partido. Nos bastidores da política desde o escândalo do mensalão, em 2005, o ex-poderoso chefe da Casa Civil do governo Lula trabalha atualmente para apaziguar disputas entre o PT e o PMDB, construir palanques para Dilma nos Estados e defender o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), acusado de empregar parentes e favorecer amigos por meio de atos secretos na Casa.

A inscrição das chapas que disputarão em novembro a eleição direta para a presidência do PT termina hoje e é considerada estratégica porque o vencedor vai dirigir a campanha de Dilma, em 2010. Cinco candidatos concorrem à cadeira que já foi de Dirceu entre 1995 e 2002: além de Dutra, estão no páreo os deputados José Eduardo Martins Cardozo (SP) - secretário-geral do PT -, Geraldo Magela (DF), Iriny Lopes (ES) e o integrante do Diretório Nacional Markus Sokol.

O retorno de Dirceu à cúpula do PT passará pelo teste das urnas - já que a eleição na seara petista tem voto dos filiados -, mas a volta oficial é dada como certa porque a chapa do antigo Campo Majoritário, grupo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desponta como favorita. "São Paulo e vários Estados indicaram José Dirceu para a chapa porque reconhecem sua importância para o PT", contou Francisco Rocha, coordenador da CNB. "Ele está na nossa chapa, sim, e com muito gosto", completou o secretário de Organização do PT, Paulo Frateschi. "Se alguém falar alguma coisa, vamos enfrentar o debate.

A estimativa da corrente de Lula e Dirceu é que Dutra tenha cerca de 52% dos votos. Mas pode haver segundo turno com Cardozo candidato do grupo Mensagem ao Partido, que é apoiado pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, desafeto de Dirceu. A rivalidade entre os dois veio à tona no rastro da crise do mensalão, em 2005, quando Tarso, então presidente interino do PT exigiu que o colega - apontado depois pela Procuradoria-Geral da República como chefe da "quadrilha" do mensalão - saísse da chapa que disputaria o comando petista. Dirceu não saiu e Tarso retirou sua candidatura.

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