postado em 28/07/2009 08:57
Um assessor do recém-eleito presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), foi transferido do gabinete do parlamentar para o Conselho de Ética há mais de oito meses com um salário de R$ 5 mil. No entanto, o advogado Luiz Eustáquio Diniz Martins mora no Rio de Janeiro e não cumpre expediente no órgão. A reportagem procurou Luiz Eustáquio Martins na sala onde ficam os funcionários do Conselho de Ética. Ninguém disse conhecer o empregado "fantasma".[SAIBAMAIS]
Duque não integrava o Conselho de Ética quando transferiu o assessor de seu gabinete, em 19 de novembro. À época, seu nome passava longe de qualquer especulação para presidir o colegiado, responsável por investigar a conduta parlamentar. Duque passou a integrar o órgão no começo do mês, quando foi indicado pelo PMDB e eleito, no dia 15, para presidi-lo com a missão de evitar a abertura de processo contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), alvo de denúncias de nepotismo, desvio de verbas de Petrobras e envolvimento nos atos secretos.
O chefe de gabinete de Paulo Duque, Zacheu Barbosa Teles, admitiu que Martins, na verdade, é assessor do senador, e não do Conselho de Ética. ;É assessor há muitos anos;, afirmou. O advogado foi parar no órgão, segundo Zacheu Teles, para resolver um problema de falta de vaga no gabinete de Duque. ;Foi um negócio de vaga, alguma coisa assim, foi preciso fazer umas trocas;, explicou.
A reportagem localizou Luiz Eustáquio Martins por telefone no Rio de Janeiro. Num primeiro momento, ele contou que assessora Paulo Duque desde janeiro de 2007, quando o parlamentar assumiu, como segundo suplente, a vaga do então senador e hoje governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). ;Eu trabalho com ele há muito tempo, há muitos anos. Sou assessor do senador;, disse.
Confrontado com a informação de que é lotado no Conselho de Ética desde novembro, o advogado tentou mudar a versão. Irritado afirmou trabalhar para o órgão - apesar de o conselho ter passado o primeiro semestre parado. ;São diversas funções. São atividades que não dizem respeito a jornalistas. Eu não tenho que lhe dar informações sobre nada;, afirmou.