Politica

Ação contra Sarney acirra clima entre PMDB e PSDB

postado em 29/07/2009 08:37
O Conselho de Ética do Senado será o primeiro campo de batalha entre PSDB e PMDB, onde os tucanos são minoria. Em resposta às três representações que o PSDB encaminhou ontem ao conselho contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) avisou que virá o troco. O alvo será o líder tucano, senador Arthur Virgílio (AM).
[SAIBAMAIS]
Arthur Virgílio manteve um funcionário que morava no exterior recebendo salário em seu gabinete, o que seria motivo para a representação. Os peemedebistas não dizem abertamente, mas, em conversas reservadas, afirmam que podem ingressar com mais uma ação por causa das despesas médicas de R$ 723 mil da mãe do senador, pagas pelo Senado. Também pesa contra Virgílio a denúncia de ter pego, em 2003, US$ 10 mil emprestados do ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, quando teve problemas com o cartão de crédito em uma viagem particular a Paris.

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou não temer represálias do PMDB. ;Se o líder Renan Calheiros promover retaliações, ele estará equivocado. Ameaças não valem nada, não ameaçamos ninguém e não aceitamos isso;, disse Guerra. ;O líder Arthur Virgílio faz questão de que os fatos que dizem respeito a ele sejam apurados no Conselho de Ética;, afirmou.

Equilíbrio
O Conselho de Ética terá a primeira reunião em 5 de agosto, para receber as representações e eleger o vice-presidente. No colegiado, a correlação de forças está na base de cinco da oposição e dez da base governista, podendo chegar a seis contra nove, em votação secreta. Na hipótese de votação aberta, porém, tanto Sarney quanto Virgílio correm risco, já que a pressão por punições é grande na opinião pública.

Com o clima acirrado no Senado, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que transita em todos os partidos, fez um apelo pela reforma da Casa: ;Mais importante do que focar em um senador, seja ele o presidente José Sarney ou qualquer outro, é importante que o Senado renove os métodos e volte a dar confiança à população;, disse. ;Independentemente da licença do presidente Sarney, o Senado necessita de reforma profunda, com transparência, reorganização gerencial-administrativa. O que estamos vendo hoje é o acúmulo de ações que não foram claras e transparentes ao longo de mais de uma década;, acrescentou.

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