postado em 30/07/2009 09:54
Os investigadores da Operação Castelo de Areia identificaram ;grande volume; de recibos correspondentes a doações eleitorais realizadas pela construtora Camargo Corrêa - alvo maior de investigação da Polícia Federal (PF) sobre suposto esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Os recibos foram entregues ;em cima da hora; à Justiça Eleitoral segundo a corporação, como forma de comprovar a tempo a idoneidade de repasses da Camargo Corrêa que financiaram campanhas de vereadores, deputados e senadores de pelo menos oito legendas.
A PF constatou que houve uma corrida de políticos e partidos nos últimos dias do prazo legal previsto para entrega da prestação de contas que incluem recibos com dados relativos a doações da construtora. Para a PF, essa providência praticamente elimina a possibilidade de enquadramento de políticos em crime eleitoral.
A Castelo de Areia foi deflagrada no dia 25 de março - o prazo para apresentação dos relatórios com nomes de doadores e valores transferidos terminou no dia 30 de abril. Muitos políticos, por meio de seus advogados, apressaram-se em exibir cópias dos recibos à PF e à Justiça Federal. O repasse de verbas para políticos é o principal desdobramento da Castelo de Areia - a primeira etapa resultou em denúncia criminal contra quatro executivos da empreiteira, agora réus em ação penal perante a 6; Vara Criminal Federal.
Durante a investigação, que durou mais de um ano, interceptações telefônicas autorizadas judicialmente flagraram dirigentes da Camargo Corrêa discutindo doações. Um deles citou ;doações por fora;. Essa nova fase do caso busca exclusivamente verificar o aspecto eleitoral. Um investigador lamentou que a operação não tenha sido deflagrada ;mais tarde; - depois do encerramento do prazo para apresentação dos recibos.