postado em 03/08/2009 14:30
Antes de completar um ano na Secretaria de Reformas Econômico-Fiscais, Bernard Appy está prestes a deixar o cargo. O motivo, alega, é pessoal, mas ele também justifica sua decisão com a demora no andamento da reforma tributária no Congresso Nacional. "O que eu tenho colocado é que se a reforma tributária tivesse andando bem, obviamente tivesse avançado no Senado e estivesse próxima da aprovação final, talvez eu revisse minha posição".
Em setembro do ano passado, Appy deixou a Secretária Executiva do Ministério da Fazenda e passou a cuidar da reforma, que propõe entre outras coisas a simplificação da cobrança de impostos no Brasil e o fim da guerra fiscal entre os estados.
[SAIBAMAIS] Appy entende que, quanto mais passa o tempo, mais difícil fica aprovar a reforma tributária. No entanto, ele mantém a convicção de que é possível fazer as mudanças no sistema tributário brasileiro. "Depende de um esforço do Congresso e do próprio governo. Se houver de fato um empenho do Congresso para aprovação da reforma, é possível aprová-la".
O secretário não concorda que a sua saída da equipe econômica poderia ser interpretada como uma desistência do governo de dar mais destaque à reforma tributária. Ele garantiu que outras pessoas "tocarão o projeto", independentemente da sua renúncia, e citou alguns nomes.
"O principal técnico responsável pela reforma, o André Paiva, permanece e há várias pessoas que têm competência e podem conduzir o assunto. Essa é uma discussão que começou em 2003 e o próprio Nelson Machado [secretário executivo do Ministério da Fazenda], que é auditor fiscal aposentado do estado de São Paulo, tem todo o conhecimento técnico necessário para conduzir a discussão", disse.
Bernard Appy deixou claro que o principal motivo de sua saída do governo é pessoal. Pai de duas crianças ainda pequenas ele reclama do tempo que passa longe da família, que mora em São Paulo.
Ele disse que no ano passado, quando pediu para deixar o cargo, buscava conciliar o tempo que era obrigado a ficar em Brasília e a atenção à família, o que de acordo com ele foi impossível.