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Gilvam Borges: entendimento no Senado não é mais possível

O senador Gilvam Borges (PMDB-AP) disse hoje (5/8) que não há mais a possibilidade de entendimento entre os senadores que apoiam a permanência de José Sarney (PMDB-AP) na presidência da Casa e os que defendem a licença do peemedebista do cargo. "A possibilidade de entendimento se exauriu. Não há como recuar. Estamos na beira de um precipício e alguém terá de ser sacrificado", afirmou o parlamentar, que é membro do Conselho de Ética e integra a chamada "tropa de choque" de Sarney. Gilvam Borges avaliou que as ações registradas no Conselho de Ética serão resolvidas em plenário, uma vez que a oposição pretende recorrer caso as denúncias contra Sarney sejam arquivadas. O presidente do Senado é alvo de 11 ações no Conselho de Ética, cinco representações e seis denúncias. Ele é acusado de responsabilidade pela contratação de aliados e parentes por meio de atos secretos e de desvio de dinheiro destinado pela Petrobras à Fundação José Sarney e distribuído para empresas fantasmas e da família dele. O colegiado vai se reunir hoje para analisar as primeiras ações. [SAIBAMAIS] Borges ressaltou ainda que seria "hipocrisia" dizer que os membros do colegiado votarão com imparcialidade. "É impossível a imparcialidade. Todos são membros de partidos e não podemos viver na hipocrisia. Os partidos têm posição", disse. "Não há o que temer. Precisamos ter posições claras e objetivas. Durante seis meses o PMDB ficou na parede sangrando, só observando, mas agora terá uma posição firme." Na reunião de hoje do Conselho de Ética, Duque deverá dar seu parecer acerca de cinco ações: duas representações de autoria do PSOL - uma contra Sarney e outra contra o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) - e três denúncias de Virgílio contra o presidente da Casa. Mesmo que Duque não use da prerrogativa de presidente para arquivar as denúncias sumariamente, o colegiado é formado por dez senadores da base aliada e apenas cinco da oposição, votos suficientes para os aliados de Sarney minarem uma eventual abertura de processo.