postado em 05/08/2009 14:18
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) divulgou nota nesta quarta-feira para esclarecer as insinuações levantadas contra ele pelos senadores Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Renan Calheiros (PMDB-AL) durante bate-boca no plenário do Senado na última segunda-feira. Na discussão, Collor ameaçou "relembrar momentos bastante incômodos" para Simon se o peemedebista insistisse em mencionar seu nome publicamente.
Na nota, Simon menciona dois temas levantados por Renan durante o bate-boca: o acidente nuclear de Chernobil (Ucrânia) e a Portosol, ONG (organização não-governamental) que atua na área de crédito, onde o filho de Simon trabalhou como assessor do presidente entre 2006 e 2008.
Sobre o acidente nuclear, Simon afirma que não era ministro da Agricultura no período em que o governo brasileiro teria importado carne contaminada da Ucrânia. "O acidente nuclear na usina de Chernobil, na Ucrânia, ocorreu em 26 de abril de 1986. O líder do PMDB no Senado acusa o governo Sarney de ter importado carne contaminada pelo pior acidente nuclear da história. Não tenho conhecimento desse fato, por uma razão simples: eu não era o ministro da Agricultura, à época", afirma o senador na nota.
Simon disse que o acidente nuclear de Chernobil ocorreu dois meses depois de deixar o comando do ministério. "Não sei se houve importação de carne da Ucrânia. Se houve, deve ter ocorrido no segundo semestre de 1986 ou depois", afirmou.
[SAIBAMAIS]Em relação às insinuações de que Simon teria indicado o filho para atuar na Portosol, que tem o governo do Rio Grande do Sul como um dos seus sócios, o senador afirma que seu filho exerceu suas atividades sem remuneração.
"Tiago Chanan Simon, meu filho, indicado como representante do governo do Estado, à época diretor do Departamento de Desenvolvimento Empresarial da Sedai [Secretaria de Desenvolvimento e de Assuntos Internacionais], exerceu sua atividade de dirigente sem remuneração", diz o senador.
Durante a discussão no plenário, Renan questionou Simon sobre a Portosol, mas o peemedebista não respondeu as insinuações do peemedebista. Segundo Simon, a empresa de microcrédito é uma "instituição comunitária", sem fins lucrativos. "O sucesso deste modelo chegou até mesmo ao Estado natal do senador Renan Calheiros, Alagoas, onde funcionam duas instituições similares à Portosol: o Instituto Ação de Desenvolvimento para a Cidadania ou ´Banco do Cidadão´, e a Associação de Microcrédito e Desenvolvimento Socioeconômico de Alagoas [Instituto de Inclusão Social pelo Crédito]", diz o senador.
Interpelação Simon encaminhou à Corregedoria do Senado pedido de interpelação ao senador Fernando Collor para que explicite os fatos insinuados durante a discussão no plenário do Senado. "O esclarecimento é necessário para o resguardo de minha honra e de minha biografia pessoal e política", diz o senador no pedido.
Questionado por jornalistas sobre a decisão de Simon, Collor respondeu ironicamente. "Manda ele [Simon] para..." O senador não completou a frase e entrou rapidamente em seu carro ao deixar o Senado nesta terça-feira.