Politica

Simon e Dias culpam apoio de Lula a Sarney por crise

postado em 07/08/2009 14:25
Os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Alvaro Dias (PSDB-PR) atribuem a crise política do Senado ao apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à permanência de José Sarney (PMDB-AP) na presidência da Casa. "O chefe, o comandante, é o presidente Lula. Ele foi o responsável. Se não tivesse o presidente Lula, o Sarney não seria candidato (à presidência do Senado), e o Sarney teria ido para casa", disse Simon, em referência à eleição para o comando da Casa, quando Sarney foi apoiado pelo presidente Lula e venceu a disputa contra o candidato petista Tião Viana (AC).

A avaliação dos parlamentares que defendem o afastamento do peemedebista do cargo é de que Lula continua defendendo Sarney porque não quer perder o apoio do PMDB à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da República em 2010. "Há conexões entre as ações daqui e do Palácio do Planalto. Há participação ativa do governo nisso tudo. A questão eleitoral teve peso, a conquista pelo PMDB, a tentativa de mantê-lo com Dilma. Ele interferiu sempre, desde a eleição até mantê-lo na presidência na crise", disse Alvaro Dias

[SAIBAMAIS] Sarney foi alvo de 11 ações no Conselho de Ética. Todas acusam Sarney de quebra de decoro parlamentar, por denúncias que vão da contratação de aliados e parentes por atos secretos a desvio de dinheiro destinado pela Petrobras à Fundação Sarney para empresas fantasmas. Na quarta-feira, o presidente do Conselho, Paulo Duque (PMDB-RJ), pediu o arquivamento de uma representação três denúncias contra Sarney. Uma representação contra o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), também foi engavetada. A oposição já afirmou que recorrerá ao plenário do colegiado das decisões.

Hoje, Duque entregará pareceres sobre sete ações apresentadas contra Sarney ao colegiado: uma representação do PSOL, três representações do PSDB, uma denúncia do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e duas denúncias apresentadas em conjunto pelo tucano e pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Como não haverá reunião do Conselho de Ética hoje, Duque irá apenas registrar seus pareceres na secretaria-geral da Mesa Diretora. O prazo para que o senador apresente os pareceres termina hoje. Após a última reunião do colegiado, na quarta-feira (5/8), Paulo Duque sinalizou que pediria o arquivamento de todas as ações contra Sarney.

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