Politica

PMDB deve sair governo Yeda, mas não partirá para guerra contra a tucana, diz Simon

postado em 07/08/2009 16:54
A decisão tomada pelo PMDB gaúcho de assinar o pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, para apurar possíveis irregularidades do governo de Yeda Crusius (PSDB), não deverá significar saída do partido da base de apoio da administração da tucana no Legislativo. No entanto, a legenda se reunirá na próxima semana para definir a data de desembarcar do governo, onde mantém três secretarias e a direção do Banrisul, o banco estadual. Preocupado com o fato de ter que definir a data da saída do partido em meio s denúncias que atingem a governadora, o senador Pedro Simon, uma das principais referências locais do PMDB, adianta: Não vamos partir para uma guerra. A intenção do PMDB é aproveitar a situação para dar o pontapé na campanha ao governo do estado, que poderá ter como candidatos o ex-governador Germano Rigotto ou o atual prefeito de Porto Alegre, José Fogaça Temos que botar a campanha na rua. O PT já está fazendo isso. Todo mundo sabe que Tarso Genro [ministro da Justiça] é o candidato e nós precisamos ter o nosso candidato, disse o senador. Ele acha que o partido deva tomar a decisão de deixar as três secretarias que ocupa no governo de Yeda Crusius: Saúde, Habitação e Saneamento e Desenvolvimento de Assuntos Internacionais, pasta responsável por captar recursos estrangeiros para investimentos. A única ressalva que faço é em relação Secretaria de Saúde, que está em meio a uma crise devido gripe suína. Se a governadora achar que o secretário Osmar Terra deve ficar, penso que o partido deve liberá-lo, pondera o senador. Já o ex-governador Germano Rigotto evita falar sobre o governo e lamenta que a decisão de deixá-lo tenha que ser tomada em meio ao cenário tumultuado pelas denúncias envolvendo a geovernadora Yeda Crusius, que não descartou a possibilidade de se candidatar á reeleição. Não quero falar sobre o governo porque não participei da decisão do partido de participar dele, não indiquei nenhum cargo. Só lamento não termos tomado essa decisão na reunião que ocorreu há cerca de dois meses. Naquela ocasião, já deveríamos ter marcado a data de saída, diz Rigotto. Na Assembleia Legislativa, o PMDB tem nove deputados. Um deles é Luiz Fernando Záchia, citado pelo Ministério Público Federal (MPF) na ação civil que acusa a governadora e mais oito pessoas de atos de improbidade administrativa. Ex-chefe da Casa Civil do governo Yeda, Záchia assinou o pedido de criação da CPI. Além dele, outro acusado na ação assinou o pedido: o ex-presidente da Assembleia Legislativa e deputado estadual Frederico Antunes, do PP, partido que também compõe a base da administração da tucana. O requerimento de CPI foi feito no mês de maio pela deputada Stela Farias (PT), após a publicação pela revista Veja de transcrições de conversas que indicavam irregularidades envolvendo a compra da casa da governadora. A conversa publicada é entre Marcelo Cavalcante, ex-representante do governo gaúcho em Brasília, e Lair Ferst, pivô das denúncias contra o governo gaúcho de fraude no Detran e um dos integrantes da campanha de Yeda ao Palácio Piratini. Cavalcante morreu em fevereiro em Brasília. Seu corpo foi encontrado boiando junto a pilastras da ponte Juscelino Kubitschek e a polícia suspeita de suicídio. A conversa publicada indica que Yeda e seu ex-marido, Carlos Crusius, teriam pago R$ 400 mil a mais, com dinheiro do caixa dois da campanha de 2006, na compra de um imóvel. O casal nega a acusação. Desde o início do governo, em 2007, Yeda Crusius manteve maioria na Assembléia Legislativa. No entanto, para a criação da CPI, somente 15 deputados não assinaram o pedido: oito de seu partido três do PP, dois do PPS, um do PTB e um do DEM, partido de oposição ao governo, que tem como um dos líderes o vice-governador Paulo Feijó. De acordo com nota divulgada pelo governo, a ação do MPF foi circo político montado com o objetivo de prejudicar Yeda Crusius O Palácio Piratini classificou o anúncio como uma perversidade" já que os detalhes sobre as acusações não foram divulgados pelos procuradores. Com perversidade, não deram a conhecer os elementos da ação para que os citados publicamente possam se defender, diz a nota.

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