postado em 11/08/2009 16:15
O líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), afastou qualquer possibilidade de o partido participar de um acordão para debelar a crise no Senado e manter o presidente José Sarney (PMDB-AP) no cargo. O parlamentar tucano foi alvo de representação apresentada pelo PMDB ao Conselho de Ética da por ter ter permitido que um funcionário de seu gabinete fosse morar no exterior e continuasse recebendo salários do Senado e por ter recebido um repasse de US$ 10 mil do ex-diretor da Casa Agaciel Maia afastado por seu envolvimento em supostas irregularidades - quando estava em viagem França.
O PMDB recorreu ao Conselho de Ética do Senado depois que a bancada tucana encampou as denúncias feitas por Virgílio contra Sarney ao colegiado e encaminhou uma representação partidária. A representação contra o senador amazonense foi lida em plenário pelo líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), na semana passada, e provocou um bate-boca entre ele e Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Desde a manhã, os peessedebistas se reúnem com senadores de outros partidos para avaliar a situação da Casa. Num café na residência do presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), alguns senadores - entre eles, Virgílio, Cristovam Buarque (PDT-DF) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) -, conversaram sobre o assunto. Após o encontro, Buarque afirmou que a tropa de choque de Sarney não deixou qualquer alternativa de recuo por parte dos defensores do afastamento dele da presidência da Casa.
Nesta tarde, Jereissati fará um discurso em plenário sobre a crise no Senado. Será um pronunciamento ponderado, de alto nível e sem agressões, afirmou o líder do PSDB. Ele acrescentou que os tucanos também procurarão a bancada do PT para conversar, uma vez que o partido será o fiel da balança na votação dos recursos que decidirão sobre o andamento das investigações contra Sarney no Conselho de Ética.