Politica

Sarney admite que soube em maio sobre atos secretos

postado em 15/08/2009 16:31
Após a declaração do ex-diretor Ralph Siqueira ao jornal O Estado de S.Paulo, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) admitiu neste sábado que soube em maio da descoberta de atos secretos na Casa. Em discurso na tribuna em 16 de junho, Sarney foi taxativo: "Eu não sei o que é ato secreto". Em entrevista ao ;Estado;, Siqueira disse que avisou Sarney, num encontro entre 28 e 29 de maio, da existência de atos secretos.

O senador confirmou também outra declaração dada por Siqueira: a de que todos os atos secretos foram publicados, sem alarde, entre abril e maio deste ano. A manobra só foi revelada em reportagem do ;Estado; no dia 10 de junho. Em sua nota, Sarney não explica os motivos que levaram a administração da Casa a inserir mais de 500 atos secretos de maneira encoberta e sem qualquer investigação preliminar, inclusive antes dos trabalhos da comissão de sindicância que analisou o assunto.

O senador diz, na nota, que a declaração de Siqueira - ex-diretor de Recursos Humanos - "não constitui nenhuma novidade". Assessores de Sarney entraram em contato com Ralph Siqueira neste sábado. Negociaram com ele a divulgação de uma nota oficial por parte do servidor para tentar amenizar o impacto da entrevista dada ao ;Estado;. Siqueira deve sofrer um processo disciplinar por ter publicado os atos secretos na surdina. Ele avalia agora apresentar uma versão que não prejudique Sarney e, por outro lado, o ajude no processo disciplinar dentro do Senado.

Sarney afirma também que, na data de seu discurso em 16 de junho já havia recebido o relatório final da comissão que analisou os atos secretos: "Em 16 de junho, esta Comissão encerrou seus trabalhos". O presidente do Senado recebeu, no máximo, um relatório preliminar. A comissão encerrou seus trabalhos no dia 19 de junho, três dias depois de seu discurso. Naquela sexta-feira, a servidora Dóris Peixoto, integrante da comissão na época e hoje diretora de Recursos Humanos, entregou a assessores do senador o relatório e um CD com os atos secretos. A conclusão dos trabalhos foi divulgada à Mesa Diretora somente no dia 23, uma semana depois do discurso de Sarney.

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