Politica

Senadores querem apurar elo entre Sarney e construtora

postado em 16/08/2009 18:23
Senadores de partidos de oposição e da própria base governista querem investigar a conexão da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), com a construtora Holdenn Construções, Assessoria e Consultoria Ltda, cujo principal nicho de negócios é o setor elétrico, área em que o senador exerce influência. Reportagem publicada neste domingo (16/8) pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que três dos dois apartamentos ocupados pela família em São Paulo, na região do bairro Jardins, estão em nome da empresa antes batizada de Aracati Construções, Assessoria e Consultoria Ltda.

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirma que seria "simplório" atribuir a uma coincidência a ligação da empreiteira com os imóveis. "Tenho certeza que não é isso, mas não vou pré-julgar", diz. "O certo é que não deve pairar nenhuma dúvida sobre essa questão, sob pena de o processo de investigação se estender até o setor elétrico." Para Guerra, os fatos em si "são extremamente graves".

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Demóstenes Torres (DEM-GO), é categórico ao defender que as "evidências" de troca de favores, é motivo de sobra para instaurar uma investigação. "Estão sobrando evidências, e não dá para desconhecer", alegou. "Quantas denúncias mais ele aguenta?" questionou. Pela avaliação do senador, os fatos divulgados até agora pela imprensa, como abuso de poder, nepotismo e a suspeita de corrupção, fragilizaram não apenas o presidente do Senado, mas também a instituição e os demais parlamentares.

O senador Walter Pereira (PMDB-MS), da base governista, disse esperar que Sarney dê as explicações sobre a compra ou o uso dos apartamentos em São Paulo. Segundo ele, em tese, Sarney pode estar recebendo favores. O parlamentar lembrou que, como presidente do Senado, Sarney tem verba de representação para se hospedar em hotéis em São Paulo. "Por que ele preferiu o apartamento? Isso precisa ser esclarecido", disse.

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