Politica

Lula tenta construir aliança nacional entre PT e PMDB, mas realidades regionais afastam possibilidade

Patrícia Aranha
postado em 17/08/2009 09:56

Apesar do empenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em tentar garantir a presença do PMDB no palanque da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no ano que vem, as realidades regionais afastam cada vez mais a possibilidade de que seja construída uma aliança nacional. Além do Rio Grande do Sul ; onde os petistas são adversários históricos dos peemedebistas ; há problemas nos principais colégios eleitorais: São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. Até em estados governados pelo PT, como é o caso da Bahia de Jaques Wagner, o PMDB resiste, com lançamento de candidatura própria ao governo: a do ministro do Desenvolvimento Regional, Geddel Vieira Lima

Levantamento feito pelo Correio com integrantes das executivas nacionais do PT, PSDB e PMDB mostra que as articulações nos 27 estados não passam de cartas de intenções. Em alguns casos, as conversas são tão incipientes que a entrada de um novo nome na disputa conseguiu modificar completamente o quadro.

É o caso do Rio de Janeiro, onde a possibilidade da candidatura da ex-ministra Marina Silva à Presidência da República, pelo PV, obrigou o pré-candidato ao governo pelo partido, o deputado federal Fernando Gabeira, a repensar a aliança que vinha sendo costurada com o PSDB ; que não teria candidato no Rio em troca do apoio dos verdes à candidatura do tucano ao Planalto. O mesmo aconteceu em Goiás, onde o aval do presidente Lula à eventual candidatura do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (ainda sem partido), fez com que o PT recuasse no apoio à candidatura do prefeito de Goiânia, Íris Rezende (PMDB).

Estratégias
No Planalto, a orientação é para que nos estados governados por partidos da base aliada não haja disputa, mas nem mesmo o PT tem obedecido. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, governado pelo PMDB, os filiados estão em plena campanha pela candidatura do ex-governador Zeca do PT. O secretário nacional de Assuntos Institucionais do PT, Romênio Pereira, que acompanha de perto as articulações nos estados, reconhece que a tarefa não é fácil. ;O PT e o presidente Lula sabem que política não é matemática. Não é simples falar com o ministro Geddel que ele deveria apoiar Jaques Wagner na Bahia, ou com o PT do Rio que a prioridade é reeleger o governador Sérgio Cabral (PMDB). Mas articulação política é assim mesmo, a estrada é longa, o presidente Lula é habilidoso. Poderemos ter êxito nas conversas;, acredita.

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), avalia como remota a possibilidade de o PMDB fazer uma aliança nacional, por isso concentra as conversas em torno dos maiores colégios. ;O presidente Lula, como sempre, foi muito ambicioso nas articulações. Ele terá gente do PMDB no palanque presidencial, como nós também vamos ter. Ninguém vai ter o partido como um todo;, avalia.

Veja infográfico com a realidade política dos estados na edição impressa desta segunda do Correio

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