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Cristovam avalia possibilidade de nova representação contra Sarney

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou, em pronunciamento na tarde desta segunda-feira (17/8), que, caso o jornal O Estado de S. Paulo não admita erro em relação à reportagem "Empreiteira pagou dois imóveis para família Sarney em São Paulo", publicada no fim de semana, buscará o apoio de seu partido para entrar com uma representação no Conselho de Ética e Decoro parlamentar para investigar a nova denúncia. De acordo com o jornal, dois imóveis utilizados pela família Sarney no bairro dos Jardins, na cidade de São Paulo, estão registrados em nome da empreiteira Aracati Construções, Assessoria e Consultoria Ltda. Em Plenário, o presidente José Sarney criticou O Estado de S. Paulo, que estaria empenhado em uma campanha para desmoralizá-lo. Ele alegou que um dos apartamentos consta na declaração do Imposto de Renda de seu filho, Zequinha Sarney, e que a escritura ainda não aparece em nome de seu filho porque o imóvel ainda não teria sido quitado. "O Estado de amanhã ou vai pedir desculpas ou dizer que ele [Sarney] faltou com a verdade. Torço para que peça desculpas, mas temo que o que virá será a confirmação dos fatos. Não acredito que um jornal daquele porte tenha cometido uma leviandade dessas", disse. Cristovam criticou Sarney por não ter tomado a atitude de pedir, ele mesmo, a investigação dos fatos. Em sua opinião, como presidente da Casa, Sarney deveria ser o primeiro a querer "limpar seu nome". O parlamentar também voltou a lamentar a decisão do Conselho de Ética em relação aos pedidos de investigação de denúncias contra Sarney encaminhados anteriormente. Ele disse esperar que, no julgamento do recurso apresentado contra o arquivamento das representações, em Plenário, o resultado seja diferente. "A comissão de ética tem que apurar tudo - as denúncias que aqui estão e as próximas", defendeu. Senado fechado Em seu pronunciamento, Cristovam cobrou a reabertura do Senado para visitação pública. Na última semana, as visitas guiadas foram suspensas devido ao risco de contaminação pelo vírus da gripe A (H1N1). "Tem visitante dizendo que vai buscar habeas corpus pra poder entrar no Senado", comentou. Ele também voltou a protestar contra a ação da Polícia Legislativa, que prendeu estudantes durante manifestação pela renúncia do presidente Sarney, na semana passada. "Não podemos continuar numa Casa em que jovem é visto como malfeitor", disse.