postado em 18/08/2009 11:34
A disputa regimental entre os senadores na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) já atrasa por mais de uma hora o depoimento da ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira. Governistas e oposição discutem se cabe ao não ao plenário da CCJ votar requerimento do líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR) para que a audiência seja feita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).Jucá argumenta que o depoimento não cabe a CCJ por se tratar de questão afeta a Receita Federal. Por isso, segundo ele, a audiência deveria ser feita na CAE. Como o presidente da comissão, Demóstenes Torres (DEM-GO), decidiu por não decidir sobre o requerimento os senadores da base argumentam, agora, que este assunto pode comprometer os trabalhos futuros de outras comissões.
;Esta decisão pode gerar questões similares em outras comissões que podem prejudicar, inclusive, no Conselho de Ética do qual vossa excelência faz parte;, afirmou Renato Casagrande (PSB-ES).
[SAIBAMAIS] Jucá, que recorreu para que o plenário da CCJ delibere sobre o assunto, classificou a decisão de Demóstenes de ;autoritária;.
;Não acho justo que adotemos atitude monocrática do presidente. Depois de atos secretos vamos ter atos assombrados;, disse o líder do governo.
Para a oposição, esse debate regimental não tem outro objetivo senão atrasar o depoimento de Lina Vieira. O presidente do PSDB, Sergio Guerra (PE), insinuou que o objetivo de autoridades, ;de dentro e de fora do Congresso Nacional;, é colocar o presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), na presidência da Comissão de Constituição e Justiça.
Paulo Duque é considerado um parlamentar da confiança do PMDB, maior bancada no Senado, e do próprio presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).
Renan Calheiros (PMDB-AL) defende equilíbrio entre governo e oposião, mas diz que a discussão visa a desgastar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Dilma. ;Mais que suposto episódio esta audiência é uma tentativa de impor ao presidente Lula desgaste circunstancial. Lamentavelmente tentam impor presidente e ministra Dilma Rousseff a desgaste depreciativo. Não há qualquer prova.;