postado em 18/08/2009 15:17
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) foi ríspido nos seus questionamentos à ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que participou hoje de audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Ele insinuou que Lina teria informado ao jornal "Folha e S.Paulo" sobre o suposto encontro com Dilma pelo fato dela ter sido demitida do cargo. O petista disse que considera suspeito que dois jornalistas já soubessem sobre a reunião em que apenas as duas (Lina e Dilma) teriam participado, e que o assunto foi publicado "estranhamente" depois da saída de Lina do governo. Segundo ele, a ex-secretária ou prevaricou, porque não informou sobre esse encontro ao seu superior, ou não fala a verdade.
Lina respondeu que não informou do encontro aos jornalistas. "Eles vieram para que eu confirmasse a informação. Como eu tive um encontro, eu confirmei", se defendeu a ex-secretária da Receita. Durante a reunião da CCJ, Mercadante tentou desqualificar a base do depoimento de Lina sobre o encontro que teria tido com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
O petista listou todas as reuniões de governo em que Lina e Dilma estiveram juntas. Ele argumentou que teriam sido mais de dois ou três encontros, como ela teria afirmado. A ex-secretária disse que não considerou na sua conta os encontros em que participaram várias autoridades de governo, dos quais ela, como secretária da Receita Federal, teria participado para assessorar o ministro da Fazenda. "Não fui convidada pessoalmente para essas reuniões", argumentou
Lina reafirmou que teve apenas um encontro reservado com a ministra Dilma, no final de 2008, quando a ministra teria sido rápida no pedido para que fosse acelerada a investigação da Receita no processo envolvendo o filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). "Ela foi rápida e cirúrgica no seu pedido para agilizar a fiscalização sobre o filho de Sarney", afirmou.
Detalhes
Em vários momentos, a ex-secretária questionou por que a ministra estaria negando o encontro entre as duas. Porém, evitou fazer juízo de valor sobre o suposto pedido de Dilma. Lina afirmou que não comentou com ninguém sobre o encontro, porque considerou que não havia necessidade. Lina voltou a lembrar que se identificou na portaria do Palácio do Planalto, passou pelo detector de metal, subiu de elevador até o quarto andar, foi colocada em uma sala de espera com mais duas pessoas, onde lhe serviram água e café e que depois foi recebida rapidamente por Dilma. "Por que eu iria criar esse encontro?", perguntou.