Politica

Justiça manda MP devolver à OAS arquivo de doações

postado em 19/08/2009 09:34
A Justiça Federal mandou devolver à Construtora OAS uma pasta de arquivo intitulada ;Eleições 2008;, apreendida na sede da empresa. O documento contém nomes de políticos contemplados com doações de campanha. O Ministério Público Federal (MPF) suspeita que os repasses teriam abastecido caixa 2 de parlamentares e candidatos a prefeito. As anotações indicam que um ex-prefeito pediu R$ 300 mil à empreiteira.

A Justiça proibiu que a Procuradoria da República faça cópia. A ordem provocou reação do procurador Matheus Baraldi Magnani, que conduz investigação sobre suposta fraude à lei de licitações, superfaturamento e desvio de R$ 30 milhões nas obras do complexo viário Rio Baquirivu, em Guarulhos, na Grande São Paulo, sob responsabilidade da OAS. O procurador vê elo entre a contratação da empreiteira e a pasta de doações.

O empreendimento, contratado há 10 anos, não foi concluído. O inquérito aponta para cinco servidores, um dirigente da OAS e dois ex-prefeitos da cidade, Jovino Cândido (PV) e Elói Pietá (PT). Todos, segundo o procurador, ;sob investigação;. ;A pasta pode conter prova de crime;, alerta Magnani. ;São documentos que em tese, comprovam a prática de doação em dinheiro, pela OAS, à campanha eleitoral de vários políticos, entre eles Jovino Cândido, que deu início à execução da obra cuja licitação o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que foi premeditadamente fraudada.

;Pedir (dinheiro) eu pedi à OAS, não tem problema;, declarou Jovino Cândido, ex-prefeito. Em sua gestão, a OAS foi contratada. ;Eles (OAS) nos ajudaram em todas as eleições. Eu vou continuar pedindo. Está tudo declarado à Justiça Eleitoral. Se cometemos alguma ilegalidade, que paguemos pelo crime cometido.

Pietá disse que ;todas as doações que recebeu são legais;. Ele negou com veemência irregularidades na obra durante seu governo. ;Não pagamos o que a OAS queria. Quanto às doações, qual o problema? Ou muda a legislação ou acaba com esse cinismo.; A OAS e o Tribunal Regional Federal (TRF) não se manifestaram. As informações são do jornal ;O Estado de S. Paulo;.

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