postado em 20/08/2009 17:55
"Temos que criar imediatamente uma comissão para repensar o Conselho de Ética, porque o de ontem morreu, está enterrado e ninguém mais vai conseguir exumá-lo". A proposta foi feita pelo 1º secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI). Da tribuna do Plenário ele opinou que a sessão realizada na quarta-feira (19), que absolveu os senadores José Sarney (PMDB-AP) e Arthur Virgílio (PSDB-AM), serviu como um enterro de luxo para aquele colegiado.
Para Heráclito, o fato de os próprios senadores que representaram contra Arthur Virgílio (PSDB-AM) terem votado pela absolvição do parlamentar sinaliza que algo está errado. Na sua avaliação, o Conselho de Ética ganhou uma conotação política indevida e precisa ser repensado. Ele observou que esse caráter partidário não começou ontem, mas vem desde os últimos julgamentos.
- Esse modelo faliu. Não podemos transformar o ato de julgar companheiros em cenas como as que estamos vivendo. O Conselho de Ética tem que ser mais solene, se é que ele deve continuar existindo. As discussões devem ser mantidas em caráter reservado. Não defendo que o conselho seja sigiloso, mas também não podemos suspender uma sessão do Plenário, como ocorreu, para desviar os focos para um julgamento, por mais justo que seja o interesse da sociedade - afirmou Heráclito Fortes.
Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) concordou com a tese de que o Conselho de Ética do Senado precisa ser repensado. Ele disse que preferiu assistir à sessão de quarta-feira na companhia de amigos, pela televisão, para sentir a reação das pessoas. Cristovam disse que um dos presentes teve a mesma percepção registrada por Heráclito: achou um absurdo os próprios acusadores de Arthur Virgílio votarem pela sua absolvição.