postado em 20/08/2009 18:20
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) deverá deixar a liderança do Partido dos Trabalhadores, mesmo após conversar na noite de hoje (20) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Interlocutores do senador disseram à Agência Brasil que a decisão do petista de deixar o cargo é irrevogável, mesmo diante dos prováveis apelos que o presidente Lula deverá fazer para que ele permaneça na liderança.
Mercadante tomou a decisão, segundo os interlocutores, após ser desautorizado pelo partido na votação do Conselho de Ética, em que foram rejeitados os recursos contra o arquivamento das 11 denúncias e representações apresentadas contra o presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP).
A postura defendida por Mercadante, com respaldo da maioria da bancada, era de que Sarney se afastasse da presidência do Senado e que o conselho abrisse, pelo menos, uma investigação contra o peemedebista.
No entanto, a direção do partido emitiu nota, momentos antes da votação do colegiado, recomendando que os petistas João Pedro (AM), Ideli Salvatti (SC) e Delcídio Amaral (MS) votassem pela manutenção do arquivamentos das ações contra Sarney.
Durante a semana, Mercadante chegou a colocar o cargo de líder à disposição da bancada por duas vezes. No entanto, cedeu aos apelos dos colegas e se manteve no cargo, na esperança de que a posição da maioria da bancada prevalecesse na votação, no Conselho de Ética.
Em seu twitter, portal da internet que funciona como rede social e de contatos, o senador já informou o caráter irrevogável da sua saída da liderança.
"Eu subo, hoje, à tribuna para apresentar minha renúncia da liderança do PT em caráter irrevogável", declarou Mercadante antes de receber telefonema do ministro das Relações Institucionais, José Múcio, de que Lula gostaria de ter uma conversa com ele antes do seu pronunciamento na tribuna do Senado, previsto para a tarde de hoje.
"Ao contrário dos que estão deixando o partido, saio da liderança para disputar, junto à militância, a concepção do PT que eu acredito", postou Mercadante no twitter, na tarde de hoje. %u201CEstou aguardando a chegada dele [Lula], que está em viagem. Devo isso a ele, pela nossa história em comum e meu compromisso com o governo", disse o líder, após adiar seu pronunciamento.
A assessoria de imprensa do senador confirmou que ele fará seu pronunciamento amanhã (21/8), às 10h, no plenário do Senado.