Politica

Aécio Neves eleva tom das críticas ao PT

Governador afirma que o partido se desfigurou e luta para manter a "república sindicalista" que tomou parte da máquina pública

postado em 22/08/2009 10:18
No último dia de viagem ao Nordeste, onde se encontrou com lideranças locais e apresentou suas propostas como pré-candidato à sucessão presidencial, o governador Aécio Neves (PSDB) subiu o tom das críticas ao governo e ao partido do presidente Lula. Segundo Aécio, depois de adotar um discurso diferenciado sobre a ética no país, que levou os petistas ao Palácio do Planalto, o PT se desfigurou no governo e abriu mão de suas principais bandeiras para permanecer no poder.

Segundo ele, o partido passa por um momento contraditório, pois não tem hoje um projeto de país. "Reconheço que o PT teve um papel importante na vida democrática do país. Mas, no governo, o PT se desfigurou desde a época do mensalão e, agora, pela sanha, pelo afã de se manter no poder. O PT abre mão de alguns preceitos que o levaram ao poder, sobretudo no campo ético", afirmou. Hoje, o PT quer "manter a república sindicalista que tomou conta de parte da máquina pública federal."

O afastamento ideológico, de acordo com Aécio, "deixou companheiros pelo caminho", como a senadora e ex-ministra Marina Silva, cotada para ser candidata a presidente pelo PV. Apesar de também comandar um governo de coalizão, com 14 partidos, ele diz que, em Minas, e nas gestões do PSDB, a divisão de espaços é diferente, pois não baseia o preenchimento dos cargos somente na indicação. "É natural que aliados participem, mas não dessa forma, onde os aliados impõem nomes, chantageam para votar em determinado projeto.

[SAIBAMAIS] Aécio esteve ontem em Fortaleza e Aracaju, continuando suas visitas para se fortalecer no Nordeste, onde é menos conhecido. O governador teve encontros com lideranças tucanas, do PPS, DEM e parte do PMDB. Aproveitou para repetir seu discurso de aproximação com Minas Gerais, reforçando a necessidade de um atendimento prioritário para a região Nordeste. Ele lembrou que seus programas para os Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas poderiam servir como exemplo de ação para o desenvolvimento de áreaspobres do país.

Também não adianta, segundo ele, ficar brigando por paternidade de programas, como o Bolsa Família. "O Bolsa Família é muito importante, mas nós temos no Brasil que começar a comemorar quando nós tivermos 1 milhão, 2 milhões de famílias fora do programa, porque se reintegraram no mercado produtivo, porque buscaram e se qualificaram pra uma outra atividade. Então, o Bolsa Família como instrumento transitório de transferência de renda é importante e será mantido pelo PSDB", disse.

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