postado em 25/08/2009 11:52
Com minoria da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga supostas irregularidades na Petrobras, a oposição prepara a estratégia para os depoimentos de dois diretores da empresa que participam diretamente da execução das obras da Refinaria Abreu e Lima, às 14 horas desta terça-feira (25/8). Esse é um dos assuntos mais cobrados pela oposição, pois tem como base relatório do Tribunal de Contas União (TCU) que traz indícios de irregularidades no contrato firmado pela Petrobras com empreiteiras responsáveis pela obra, em Recife.No PSDB, os senadores Sergio Guerra (PE) e Álvaro Dias (PR) reuniram-se pela manhã com técnicos do partido para analisar os documentos já levantados. ;O grande problema é a blindagem que o governo montou na CPI. O assunto de hoje, em termos de valores, é o mais elevado e ainda não temos todos os documentos. Por exemplo, os inquéritos da Polícia Federal ainda não chegaram para a avaliação dos senadores;, afirmou o vice-líder tucano Álvaro Dias.
O presidente da CPI, João Pedro (PT-AM), rebateu as declarações do parlamentar. Ele confirmou que alguns documentos requeridos ainda não chegaram ao Senado, entretanto descartou qualquer tentativa de blindagem das investigações. ;Não há qualquer atitude, de nenhuma instituição, de dificultar os trabalhos da CPI.;
[SAIBAMAIS] João Pedro acrescentou que existe responsabilidade dos senadores que compõem o colegiado sobre a análise dos documentos de caráter sigiloso enviados à comissão. De qualquer forma, o presidente da CPI ressaltou que todo o material que já está de posse da secretaria da comissão pode ser requerido pelos senadores.
Quanto aos depoimentos previstos para hoje, do gerente-geral de Implantação de Empreendimentos para a Refinaria Abreu e Lima, Glauco Colepicolo Legatti, e do gerente de Engenharia de Custos e Estimativas de Prazos, Sérgio Santos Arantes, o presidente da CPI afirmou que será uma oportunidade para que a comissão confronte os números referentes aos gastos com a obra.
Entre as irregularidades estão a deficiência no projeto básico, licitação sem licença ambiental, orçamento incompleto e superfaturamento de cerca de R$ 59 milhões. A construção da refinaria é uma parceria da Petrobras com a empresa venezuelana de Petróleo PDVSA.