A crise do Senado pode começar a pesar no bolso dos servidores da Casa. Ontem, projeto que proíbe o pagamento de gratificações adicionais a funcionários de comissões foi aprovado pela Comissão de Constituição de Justiça (CCJ). A nova regra valeria tanto para funcionários efetivos quanto para comissionados.
A proposta, de autoria de senador Eduardo Suplicy (PT-SP), foi relatada por Pedro Simon (PMDB-RS), ambos críticos da permanência do presidente José Sarney (PMDB-AP) à frente da Casa. Ao falar sobre o projeto, Simon disse que o pagamento dessas vantagens era um dos ;focos dos desmandos da Casa;. Ao analisar a folha de pagamento do Senado, a administração da Casa descobriu que muitos funcionários acumulavam funções, mesmo quando o trabalho de comissões especiais, por exemplo, se encerrava.
Para Simon, esse e outros fatores foram responsáveis por levar o Senado ao que chamou de ;execração nacional;. O senador Wellington Salgado (PMDB-MG), durante a discussão da matéria, pediu atenção para a possibilidade de que decisões tomadas no calor da crise possam depois arrefecer. ;Um problema aparece e são tomadas soluções imediatas que depois se tornam sem efeito;, argumentou.
O projeto será encaminhado agora para a Comissão Diretora. Só após a aprovação desse colegiado é que passará a valer. Suplicy defendeu a aplicação da regra. Disse que não há razão para que os servidores lotados em comissões recebam adicionais para fazer o que ;nitidamente; já faz parte de suas funções.
"Um problema aparece e são tomadas soluções imediatas que depois se tornam sem efeito;
Wellington Salgado (PMDB-MG), senador