postado em 28/08/2009 09:09
O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) adiou em mais cinco dias o anúncio oficial sobre a possível mudança do título eleitoral para São Paulo, de 15 para 20 de setembro. E também já comentou com amigos que, antes disso, irá ter uma conversa com o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, o nome preferido do PT para concorrer ao governo estadual.A absolvição de Palocci pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é considerado pelos petistas a ponta que falta para o desembarque de um projeto com Ciro encabeçando a chapa. Internamente, há quem diga no PT que não dá para abrir mão de ter um nome do partido de Lula na corrida eleitoral paulista.
No caso de Palocci, avaliam estrelas do PT, seria a chance de ele se recolocar para o debate em São Paulo, e ainda que o quadro hoje não seja favorável ao PT no estado, seria a oportunidade de tirar as manchas políticas que restarem do episódio da quebra de sigilo do caseiro Francenildo, ainda que a missão seja vista como um sacrifício, dado o favoritismo do PSDB em todas as pesquisas.
Da parte do PSDB, que tem José Serra no governo estadual e uma parceria de sucesso com Gilberto Kassab na prefeitura da capital, a absolvição de Palocci(1) não altera a configuração. ;Ele (Palocci) é a segunda maior liderança do PT em São Paulo, depois da Marta, mas não nos assusta;, afirma o deputado Antônio Carlos Pannunzio (PSDB-SP).
O PSDB paulista considera a sua situação tão confortável que hoje se dá ao luxo de ter várias opções para concorrer ao governo estadual, independentemente de quem seja o adversário dentro do PT. A primeira é o próprio governador, José Serra, que lidera as pesquisas para presidente da República. A segunda é o ex-governador Geraldo Alckmin. E, na raia três, está o secretário Aloysio Nunes Ferreira, braço direito de Serra no governo estadual.
Apesar do leque de opções, o PSDB de São Paulo já trabalha de forma mais pragmática em relação à disputa paulista. Há quem diga que, com Serra dedicado à campanha nacional, o melhor será seguir com a candidatura de Alckmin, um nome que tem voo próprio em todo estado, deixando Serra mais livre para tocar a campanha em outros estados. Sinal de que os tucanos hoje estão cuidando mais da própria vida. Em relação à oposição, no caso, PT e Ciro, o PSDB repete a máxima: ;Eles que são vermelhos que se entendam;.
1 - Coringa
Palocci continuou próximo do presidente Lula mesmo depois de ser obrigado a sair do Ministério da Fazenda. O escândalo envolvendo a quebra do sigilo bancário de Francenildo dos Santos Costa, que provocou sua queda, não impediu que conseguisse eleger-se deputado federal. Médico, ex-prefeito de Ribeirão Preto (SP), é considerado um ;coringa; no cenário político de 2010.