Diário de Pernambuco
postado em 31/08/2009 09:22
Em São Paulo, o PT deu nesse fim de semana o primeiro passo para confirmar o nome do ex-ministro e deputado Antonio Palocci como candidato ao governo de São Paulo em 2010. Em reunião da executiva estadual, dois dias após ele ter se livrado da última das 21 denúncias criminais que enfrentava no Supremo Tribunal Federal (STF), seu nome foi lançado oficialmente como um dos principais pré-candidatos à disputa."O nome de Palocci é forte dentro do PT pela capacidade de unir o partido", afirmou o presidente estadual da legenda, Edinho Silva. Apesar de ele não ter confirmado até agora se entrará na disputa, o partido já se movimenta para isso e considera que a candidatura, agora que todas as pendências criminais foram rejeitadas no STF, ganha força e é a que tem mais chances de decolar.
Embora o PT sustente que existem outros nomes de peso na disputa, como a ex-prefeita Marta Suplicy, o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, o senador Aloizio Mercadante e o ministro da Educação, Fernando Haddad, a opção Palocci é a que mais tem agradado diferentes correntes da legenda. O problema é que, embora tenha se livrado das ações criminais, Palocci ainda é alvo de 10 ações civis, que podem reacender o debate sobre os problemas deixados durante o período em que foi prefeito de Ribeirão Preto (1993-1996 e 2001-2002).
[SAIBAMAIS] Como faltam ainda 11 meses para a data oficial de definição das candidaturas, o partido vai esperar para medir qual a chance de cada um dos cotados. "Deveremos escolher o candidato do partido entre o final de 2009 e início de 2010", explicou Silva, após a reunião de sábado, que tinha como objetivo definir o calendário das eleições 2010 em São Paulo.
Aliança - Para o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), a absolvição do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci Filho, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não altera em nada a escolha que ele precisa fazer entre disputar a Presidência da República ou o governo de São Paulo nas eleições do ano que vem. Ciro reafirmou que, por sua vontade, será candidato a presidente, mas manteve o dia 20 de setembro como data-limite para transferir ou não o domicílio eleitoral para São Paulo, o que deixaria as duas possibilidades em aberto até março ou abril.
"Alguns companheiros do PT, entre eles o presidente Lula, e alguns companheiros do PSB, o meu partido, me pediram para examinar essa situação. Qual seja: transferir o título e decidir, em março ou abril do ano que vem, se saio dali candidato a presidente da República ou, eventualmente, para ser uma ferramenta de reunião das bases do governo Lula em São Paulo, que está numa crise hoje. Eu não desejo isso", explicou Ciro.
Com relação à hipótese de Palocci vir a ser o candidato pelo PT ao governo de SP, Ciro assegurou que essa alternativa sempre houve. "Eu e o Palocci somos bons amigos, conversamos permanentemente. Ainda ontem nos falamos", afirmou, sem entrar em detalhes. O presidente estadual do PT afirmou que o partido vem conversando com integrantes de outras legendas para compor uma aliança ampla de apoio para a disputa em São Paulo. Segundo Edinho, o PT já procurou Ciro Gomes.