O assunto que domina as atenções do governo ainda não está na ponta da língua dos brasileiros. Nas ruas, é fácil encontrar pessoas que dizem nunca ter ouvido falar em pré-sal, um sinal de que o Palácio do Planalto terá que se esforçar muito para fazer com que a população se acostume com o novo tema.
A estudante de administração Lilian Rocha, 28 anos, não esconde o ar de surpresa. ;Não tenho ideia do que seja isso;, responde, ao ser questionada sobre o que seria a tão falada camada do pré-sal. Quando soube que se tratava de um gigantesco reservatório de petróleo e gás natural que está a 7 mil metros de profundidade numa região entre Santa Catarina e o Espírito Santo, respondeu em tom desconfiado: ;Será que isso não é conversa do governo?;
Há ainda quem confunda a exploração na camada pré-sal com a briga dos governos estaduais pelos lucros dessa riqueza natural. ;Pré-sal é a divisão do petróleo entre os estados, não é?;, arriscou o analista de sistemas Alain Santos Tavares, 31 anos. Ou ainda quem afirme que pré-sal é nome de empresa. ;Se não for isso, não sei o que pode ser;, diz a estudante Tauane Teixeira, 17 anos.
Royalties
O autônomo Kléber Pereira, 27 anos, chegou a titubear quando perguntado sobre o que é o pré-sal. Mas lembrou-se de ter ouvido falar quando a esposa, que o acompanhava, relacionou o tema à exploração de petróleo. ;Ah, sim, já vi alguma coisa sobre isso na televisão. Mas bem por alto;, ressaltou. Mesmo assim, opinou sobre a polêmica na partilha dos royalties entre as unidades da Federação. ;Deve ficar com quem produz;, disse. O aposentado João Coser Korb, 66 anos, vai na linha oposta. ;Acho que não é justo ficar com um ou outro estado. A divisão do lucro tem que ser feita igualmente.;