Politica

Advogado de Battisti diz que italiano é perseguido como "bode expiatório" por seu passado político

postado em 09/09/2009 12:33
Em sustentação proferida nesta manhã no Supremo Tribunal Federal, durante o julgamento do processo de extradição do escritor italiano Cesare Battisti, o advogado Luís Roberto Barroso, que assumiu há alguns meses a defesa do ex-ativista político, ressaltou que seu cliente surge na ação como ;bode expiatório de uma trama simples.;

Barroso citou Battisti como escritor publicado e reconhecido na França, ;vítima de conjunto de equívocos sem precedentes da Justiça italiana;.

Ao defender que o Supremo arquive o processo de extradição e mantenha a validade do refúgio político concedido a Battisti pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, o advogado assinalou especialmente origem e a militância histórica comunista de seu cliente. ;É uma ofensa real dizer que ele é um criminoso comum. Foi um homem que dedicou a sua vida, certo ou errado, à causa política;, argumentou Barroso.

[SAIBAMAIS] Citando decisões anteriores do STF, o advogado lembrou que a Corte teria de alterar significamente sua jurisprudência para sustentar que refúgio não é ato político e eventualmente anular a decisão de Genro.

Barroso também criticou reações supostamente desproporcionais de autoridades italianas, que ameaçaram retaliações ao Brasil e fizeram críticas pessoais aos governantes brasileiros. Ele acrescentou ainda que Battisti é ;acusado de crimes pontuais, sem nenhum imputação que leve a terrorismo;, conforme alegado pela Itália.

Em nome do ministro da Justiça Tarso Genro, a advogada Fabíola de Araújo disse que uma anulação pelo STF do refúgio concedido pelo ministro seria uma ;afronta ao princípio da separação dos poderes;.

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