Politica

Petrobras com 80% do controle

postado em 12/09/2009 07:00
O governo quer que a Petrobras tenha o controle de, no mínimo, 80% do pré-sal. Foi o que revelou ao Correio, em entrevista exclusiva, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. "Queremos situar a Petrobras nesse patamar", ressaltou. Para isso, o ministro não escondeu a meta do governo de retomar o controle de mais da metade dos papéis da companhia. Confira alguns trechos da entrevista.

Se o modelo de exploração de petróleo não for alterado, muito dinheiro irá para o acionista privado?
Vai. O governo não tem participação nas ações preferenciais da Petrobras, que são as que geram lucro, e 55,6% das ações ordinárias, que são as que têm direito a voto. Somando as duas, a União tem 32% das ações apenas. Não há como negar que há um interesse da União, sobretudo nessa fase nova da Petro-Sal, de melhorar sua posição na carteira de ações da Petrobras.

Já que, se tivesse mais acesso às ações preferenciais, o governo teria mais dividendos, por que não se pensou nisso antes?
Acontece que, em 1997, quando se criou o modelo de concessão, o governo foi levado a vender ações porque estava vivendo um momento de dificuldades econômicas. O governo passado agiu acertadamente? Muito provavelmente sim. Naquele momento, havia uma dificuldade econômica, o governo privatizou muitas coisas e vendeu a Petrobras, a Vale do Rio Doce.

E entre ter o controle ou mais dividendos, optou-se pelo controle?
Vendeu também ações ordinárias, mas teve o cuidado de não se desfazer da maioria, para que a União continuasse controlando a Petrobras. Então, o que se pretende é retomar a posição anterior, se possível. Como fazê-lo? O governo tinha mais de 50% das duas ações. Nós gostaríamos de ter essa posição na Petrobras, já que 80%, no mínimo, do petróleo no mundo são controlados pelas estatais dos países produtores. Então nós queremos situar a Petrobras nesse patamar.

Mas se os outros acionistas também terão direito a comprar mais ações, como fazer isso?
Sempre que houve aumento de capital da Petrobras, muitos não exerceram esse direito. Então, a União foi lá e comprou. E é essa a expectativa.




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