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Orador na entrega da Comenda JK, Itamar Franco defende candidatura de Aécio Neves à Presidência da República e faz crítica a Lula

postado em 13/09/2009 09:56
A solenidade de entrega da Medalha JK, em Diamantina(MG), no Vale do Jequitinhonha, acabou se transformando em palanque para o governador Aécio Neves (PSDB) defender um projeto para que a Era "pós-Lula" retome os ideais do mineiro Juscelino Kubitschek. Depois de ser colocado pelo ex-presidente Itamar Franco (PPS) como "predestinado" para levar os mineiros de volta ao Palácio do Planalto, o tucano disse que cabe a Minas levar ao país a mensagem da renovação da política nacional. Convidado pelo sucessor a ser orador da última entrega de medalha presidida pelo governador, Itamar voltou a criticar, desta vez sem citar nominalmente, o presidente Lula que, segundo ele, tenta inutilmente se comparar a Juscelino fazendo "contorções" e adotando discursos "vazios de conteúdo pragmático". Também fez referência às ações do governo para alavancar a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), à sucessão do petista. "Próximo do término do seu governo, debaixo da aclamação ampla maioria do povo brasileiro, Juscelino não se armou de truques e maquinações políticas para impor ao eleitorado o seu sucessor", afirmou. Um dos principais aliados de Aécio, o ex-presidente fez um apelo público para que o tucano seja o instrumento para colocar Minas novamente no centro das decisões nacionais. Itamar pediu que o governador tire da terra de JK inspiração para sustentar essa luta. "Deus o predestinou, governador Aécio, como seu instrumento para restabelecer no Brasil padrões de ética, dignidade e austeridade desprezados", afirmou sob aplausos do público formado por centenas de moradores, turistas e alguns militantes do PSDB. A fala foi reforçada pelos gritos de "Brasil urgente, Aécio presidente". Aécio disse que o país está maduro o suficiente para escolher um projeto que represente a unidade nacional, o desenvolvimento e a democracia participativa e deixou claro que isso depende de renovação. "Como JK nos ensinou, o Brasil é grande demais para repetir os erros do passado, ser tolhido pela mediocridade ou enganado por promessas vazias", disse. Aécio agradeceu o gesto de Itamar ao lançá-lo candidato a presidente, mas reafirmou que a candidatura não pode ser unilateral. "Hoje, minha disposição é de estar caminhando no país discutindo a nova agenda, a agenda pós-Lula, e não me aprofundar nas disputas pela paternidade deste ou daquele programa ou na comparação entre este ou aquele governo", afirmou. Na próxima semana, Aécio tem viagens previstas para o Maranhão e o Pará. No fim do mês, o governador viaja à Itália para assinar a compra da Terna pela Cemig. Em seguida, o governador vai a Dubai e na volta percorre o Norte do país. Este ano, entre as personalidades políticas condecoradas com a medalha em Diamantina estavam o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o deputado federal Rodrigo Rollemberg, líder do PSB na Câmara. Rollemberg retribuiu a homenagem elogiando a capacidade de convergência e articulação do governador mineiro. "O Aécio tem um estilo que eu aprecio muito na política, que é o exercício do diálogo e a busca da construção de consensos para superar as dificuldades. Eu diria que o estilo Serra é mais hard, um estilo de maior enfrentamento", afirmou. Apesar da preferência pelo mineiro, Rollemberg vê dificuldades para o PSB em abandonar a pré-candidatura e deixar a base do governo Lula em favor de Aécio. Política é muito dinâmica, mas eu diria que hoje a construção do PSB é em torno de uma candidatura própria. Além do ministro Edison Lobão, outras 180 pessoas foram agraciadas com a medalha. Royalties O governador Aécio Neves defendeu uma nova regulamentação da distribuição dos royalties do minério que faça uma equiparação aos recursos do petróleo.Para ele, o percentual de repasse aos estados deve ser definido sobre o resultado bruto da exploração. "Nós devemos buscar uma aproximação entre aquilo que se arrecada e aquilo que se distribui, como nos royalties de petróleo, em torno de 5 a 10% do resultado bruto da exploração. Uma aproximação maior com aquilo que se distribui como royalties minerais, que vão de 0,3 a 2%, em poucos casos a 3% do resultado líquido da exploração". Para o tucano, o percentual deve ficar entre 2% e 3%. Aécio disse que a exploração mineral traz mais danos ao meio ambiente que a dopetróleo. Seresta Mineiro de Diamantina, o presidente "bossa-nova" era mesmo apaixonado por serestas. A cantoria popular - típica da cidade do interior de Minas - ficou famosa com JK. Uma de suas músicas preferidas era Peixe-vivo, um hino informal da juventude diamantinense. Os grupos seresteiros tentam manter a tradição até os dias de hoje, com apresentações e encontros mensais.

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