Politica

Rejeitadas emendas de Suplicy que obrigavam partidos a divulgar doações na internet

postado em 15/09/2009 19:55
Os senadores rejeitaram nesta quarta-feira (15), durante a discussão da proposta reforma eleitoral, duas emendas do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) que tratavam da obrigatoriedade dos partidos de divulgarem na internet as informações referentes às doações recebidas. Rejeitada por 39 votos a 23, a emenda 67 obrigava partidos, coligações e candidatos a disponibilizar na rede, entre os dias 6 e 30 de setembro, relatório com informações completas sobre recursos recebidos e doadores. Já a emenda 68, rejeitada por 41 votos a 16, acabava com a figura do "doador oculto".

"Quanto mais depressa soubermos o que foi doado, saberemos se o que foi gasto condiz com o que foi informado. É um passo importante para o aperfeiçoamento da democracia", disse Suplicy em defesa dos destaques apresentados.

As emendas foram duramente criticadas por alguns senadores da oposição. Os senadores Heráclito Fortes (DEM-PI) e Sérgio Guerra (PSDB-PE) lembraram do episódio que ficou conhecido como o escândalo do "mensalão", quando o partido dos trabalhadores foi acusado de fazer uso do chamado "caixa dois" (recursos não contabilizados) para abastecer suas campanhas eleitorais.

"O grande problema são os recursos que saem das entidades, dos ;aloprados;. Não podemos criar artifícios para inibir a doação legal e gerar um quadro de aparente transparência", disse Sérgio Guerra.

O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), observou que a obrigatoriedade de se tornar pública a identidade dos doadores é uma afronta à democracia.

"Quem é governo hoje pode ser oposição amanhã, e vice-versa. Luto para que as doações sejam oficiais", disse.

A senadora Marina Silva (PT-AC), por sua vez, favorável às propostas apresentadas por Suplicy, disse que elas tinham o mérito de permitir ao eleitor verificar se o agente público passaria a guiar seu comportamento de acordo com os interesses de quem financiou sua campanha. Já o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu a criação de um fundo público de campanha. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) também manifestou apoio às emendas de Suplicy.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação