postado em 16/09/2009 16:33
O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) disse, em discurso nesta quarta-feira (16), que, um dia após o Senado votar as mudanças na lei eleitoral, nem todos os senadores estão "com a sensação do dever cumprido", pois "na verdade o Congresso não está cumprindo sua própria agenda", mas trabalhado "apenas para votar coisas do interesse do Executivo".
"O Legislativo precisa se afirmar e ter sua própria agenda. O Congresso precisa retomar as reformas de interesse do país, como a reforma tributária. Estamos aqui para reformar, e não para emendar projetos do governo. Reformas, já", conclamou o senador.
Garibaldi afirmou que a reforma tributária não sai porque os estados não se interessam pelo projeto que o Palácio do Planalto enviou à Câmara. Já o Senado criou uma comissão que, depois de meses de discussões, apresentou sua própria proposta de reforma tributária. Esta, no entanto, disse o senador, parece não interessar ao Executivo, que teme a perda de arrecadação. Assim, lamentou, nenhuma delas anda no Parlamento.
"O Congresso está sempre envolvido com a agenda do Executivo e vem perdendo o bonde da história. Teve uma época que a gente só votava medidas provisórias, que agora até andam sumidas, mas logo voltarão aos borbotões. Agora, a agenda que o Executivo impõe ao Congresso é o pré-sal Entenda o assunto", continuou.
O senador manifestou sua contrariedade com a intenção do Executivo de pressionar o Congresso a votar os projetos do pré-sal "num prazo tão pequeno".
Garibaldi opinou ainda que a Câmara dos Deputados acabará alterando o projeto de mudanças eleitorais votado nesta terça-feira (15) pelos senadores. "Eles vão mudar muita coisa que os senadores puseram no projeto", previu.
Em aparte, o senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA) concordou que o Congresso "está a reboque do Executivo" e, no caso dos projetos de reforma tributária, lamentou que o governo não tenha interesse em negociar a proposta dos senadores. A senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), também em aparte, lamentou as dificuldades financeiras das prefeituras.