postado em 18/09/2009 08:44
O PT tem uma posição partidária clara pela descriminalização do aborto. E dois deputados da legenda, Luiz Bassuma (BA) e Henrique Afonso (AC), sempre adotaram medidas extremas contra o ponto de vista do partido. Essa falta de sintonia, enfim, levou o PT a punir os dois filiados. Bassuma e Henrique Afonso tiveram os direitos partidários suspensos. A pena mais severa caiu para o parlamentar baiano, proibido durante um ano de participar de decisões na legenda e na Câmara. O partido também determinou que ele retire todos os projetos de lei contrários à descriminalização do aborto, o proibiu de participar de comissões parlamentares. Não poderá votar nem ser votado nas eleições internas. E dificilmente terá a legenda para disputar o pleito do ano que vem.Luiz Bassuma disse que não pretende seguir as determinações do PT. Afirmou que irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Diretório Nacional. O parlamentar buscou transformar seu processo de quebra de ética partidária numa discussão sobre como o partido trata o aborto. %u201CEu deveria ter sido absolvido ou expulso. Não faz sentido optarem pela suspensão. Vou continuar defendendo o direito à vida e contra o aborto%u201D, disse.
Como é de praxe a discussão interna do PT foi acalorada. Até deputados contra o aborto defenderam o afastamento do colega. O secretário-geral da legenda, José Eduardo Cardozo (SP), disse que Bassuma não se limitava a defender suas ideias, ele atacava e enfrentava quem tinha posição divergente. %u201CDecidimos suspendê-lo não por sua convicção, mas por ter uma postura militante, agressiva e de ameaças contra pessoas que defendem o aborto%u201D, sustentou Cardozo. Henrique Afonso também respondeu a processo por ser contra o aborto, mas recebeu pena mais branda. Ele teve suspensão por 90 dias.