Politica

Suplicy esclarece seu apoio a Battisti e divulga texto de Fred Vargas

postado em 24/09/2009 16:35
Em 2007, quando foi procurado em seu gabinete pela arqueóloga, historiadora e escritora francesa Fred Vargas, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sensibilizou-se com a história que ela contou a respeito de Cesare Battisti, acusado de ter cometido quatro assassinatos na Itália. Depois de ter estudado em detalhes o caso, Suplicy disse que chegou à mesma conclusão de Vargas: ele não cometeu tais crimes. Da tribuna de honra do Plenário, Fred Vargas ouviu quando Eduardo Suplicy contou essa história, no começo da tarde desta quinta-feira (24). O senador resolveu lembrar o fato como uma forma de responder às muitas pessoas que o procuram para perguntar os motivos que o levaram a ingressar nas fileiras dos que defendem Battisti. Fred Vargas veio ao Brasil acompanhar o julgamento de Battisti no Supremo. Depois de estudar as 131 páginas do voto proferido pelo ministro relator, Cezar Peluso, ele disse ter detectado o que considera faltas que teriam levado o magistrado a uma conclusão errônea. Por intermédio de Suplicy, ela enviou a Peluso um documento intitulado "Treze perguntas ao ministro relator Cezar Peluso, equívocos e imprecisões que podem levar um homem à prisão perpétua". Suplicy leu um resumo do texto enviado pela escritora. A primeira indagação que ela faz ao ministro é por que não foi mencionado em seu voto que as procurações que Cesare Battisti teria assinado em nome de advogados são falsas. Ela também questiona que o magistrado não tenha levado em consideração as torturas que teriam sido cometidas contra os acusados da extrema-esquerda italiana. A escritora também considerou que o ministro Cezar Peluso não disse aos seus pares que não constaria no processo uma única prova ou testemunho da culpabilidade de Battisti. Segundo ela, os autos do processo italiano mencionam investigações sem fornecer detalhes sobre o seu conteúdo. Fred Vargas destaca que o magistrado acata fielmente a acusação italiana afirmando que houve inúmeros testemunhos contra o acusado. - Se o embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca, que dispõe de todas as informações dos processos relativos a Cesare Battisti, disser o nome de uma única testemunha, que disponha de plena saude mental, que não sejam um dos delatores arrependidos e premiados, entendo que o STF deve solicitar, por rogatória, que a citada pessoa seja ouvida para compor os autos do processo, antes da decisão final - afirmou Suplicy. Em aparte, o senador Tião Viana (PT-AC) classificou como democrática a atitude de Suplicy, em questionar um ato judicial. Ele sugeriu que fosse solicitado a organismos supranacionais como o Tribunal Penal Internacional e a Comissão de Direitos Humanos da ONU que acompanhassem a investigação e pudessem esclarecer a verdade.

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