postado em 27/09/2009 10:37
O ex-presidente da BR Distribuidora José Eduardo Dutra (PE), que disputa o comando nacional do PT com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem que o partido pretende acelerar o processo de definição da aliança com o PMDB para facilitar a aprovação da composição entre as duas legendas na convenção dos peemedebistas, marcada para o primeiro semestre do ano que vem. Ele disse, também, que o PT pretende intensificar as conversas com o PSB, partido do também pré-candidato ao Palácio do Planalto, deputado federal Ciro Gomes (CE), para tentar atrair a legenda e evitar que sejam lançadas duas candidaturas da base de apoio do governo à Presidência.
O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), cobrou do PT uma antecipação do lançamento da pré-candidatura da ministra Dilma e uma definição sobre a aliança com seu partido até 15 de outubro. A intenção é garantir que não seja aprovada na convenção da legenda uma proposta de neutralidade na disputa, como desejam alguns peemedebistas defensores de uma composição com o governador José Serra (SP), um dos candidatos do PSDB à Presidência da República. %u201CVamos tentar afunilar esse processo, porque está prevista uma convenção do PMDB e aqueles que vão apoiar o Serra vão trabalhar pela aprovação da neutralidade. Então, se for importante lançar essa pré-candidatura, vamos fazer%u201D, disse Dutra, ontem em Belo Horizonte, onde recebeu o apoio da chapa encabeçada pelo deputado federal Reginaldo Lopes à reeleição do PT em Minas.
Dutra negou que o nome de Temer seja anunciado no mês que vem como vice da ministra Dilma Rousseff (PT), pois essa definição tem de ser feita depois da formalização da aliança, com o aval do PMDB e da ministra. Mas, de acordo com o petista, Temer seria um bom nome para compor com o PT e, se o PMDB vier a fazer parte da chapa presidencial petista, é natural que a legenda indique o candidato a vice. Dutra disse que o partido não pretende %u201Csacrificar%u201D as candidaturas no estado a favor do PMDB para garantir alianças, mas destacou que a lógica regional não pode se sobrepor ao interesse pela disputa nacional, pois a prioridade do partido é eleger Dilma à Presidência da República.
Divergências
Em alguns estados, como Rio Grande do Sul e Bahia, Dutra afirmou que uma aliança entre as duas legendas é difícil, em função de divergências históricas, mas na maioria dos estados, a intenção é repetir o palanque nacional na %u201Cmedida do possível%u201D. Dutra disse, ainda, que o partido não está preocupado com as recentes pesquisas eleitorais, que apontam uma queda na intenção de votos à pré-candidata do PT. Segundo ele, quem precisa se preocupar é o governador de São Paulo, José Serra, que já foi candidato à Presidência, governa o maior estado do Brasil, é conhecido da população, mas não ultrapassa o teto dos 35% nas intenções de voto.