postado em 29/09/2009 07:00
O novo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, recebeu o primeiro puxão de orelha do presidente da República ainda durante a solenidade de posse, ontem, no Itamaraty. Em tom de brincadeira, Lula afirmou que, por não ter elogiado em seu discurso a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, Padilha saberia em breve ;o peso da Casa Civil nas suas decisões;. O resultado também seria o mesmo, avaliou Lula, em relação ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, presente no evento e não mencionado pelo novo ministro. ;Você vai perceber que isso vai contar muito nas coisas que vão te acontecer daqui pra frente;, afirmou o presidente, arrancando gargalhadas da plateia. Dilma e Paulo Bernardo foram padrinhos da indicação de Padilha. A concorrida cerimônia contou com a presença de diversos prefeitos, próximos a Padilha, devido a seu trabalho na Subchefia de Assuntos Federativos. ;Se eu soubesse que o Padilha era tudo isso que ele disse que é, não teria sido indicado. Eu teria indicado alguém menos lulista, alguém menos petista, para poder ser ministro;, disse o presidente Lula, após a fala do novo ministro.
Aos 38 anos, Padilha é o sexto a ocupar o posto, e será responsável por articular o apoio do Congresso às posições do governo federal. Filiado ao Partido dos Trabalhadores desde a juventude, Padilha, médico de formação, ressaltou em seu discurso a admiração que possui pelo chefe do Executivo. ;É uma geração que começou na política e só se juntou na política pela liderança do senhor;, disse o novo ministro, no governo desde 2004.
Antes de assumir o cargo de subchefe de Assuntos Federativos, Padilha foi chefe do Departamento de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). ;Eu divido essa honra (de assumir a Secretaria de Relações Institucionais) com toda a minha geração, essa geração de lulistas que acompanham o senhor;, disse. Na presença do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Padilha destacou a importância de alianças políticas e do respeito ao papel do Legislativo brasileiro.
Desafio
O presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), João Coser, advertiu Padilha que, apesar do bom trânsito entre prefeitos e governadores, a relação com o Congresso será um novo desafio. ;Cada parlamentar é uma instituição. Com a proximidade das eleições, as demandas do Congresso vão apertando. Não é uma engenharia simples;, afirmou.
Presente na solenidade, o ex- ministro de Relações Institucionais José Múcio Monteiro também elogiou o presidente da República ao se despedir do cargo. Lula, que indicou Múcio a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), voltou a criticar o órgão devido à paralisação de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O presidente prometeu realizar uma reunião com empresários, parlamentares e membros do TCU para discutir o assunto.