postado em 04/10/2009 09:48
Encerrado ontem o prazo de filiação para quem deseja ser candidato, os partidos políticos vão investir agora nas negociações que levarão às alianças da eleição de 2010. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, nome preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sucedê-lo, decidiu entrar em campo para disputar o apoio do PDT, numa reação ao assédio do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) sobre o partido. Dilma convidou a bancada pedetista para um jantar na terça-feira, às 20h30, em sua casa em Brasília.;Foi a ministra quem nos procurou, mas não nos deu a pauta. Acreditamos que a intenção seja discutir alianças;, relatou o líder do PDT na Câmara, Dagoberto Nogueira (MS). Ele diz que a questão presidencial ainda está em aberto na sigla. ;O partido ainda não sabe que caminho tomar, vai depender das negociações.;
Lula tenta convencer ao PDT e os demais aliados a marchar ao lado da candidatura de Dilma. A tese de uma candidatura única da atual base de apoio do governo é defendida pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que também é presidente do PDT. ;A candidatura tem que ser única para permitir que a população escolha se quer ou não a continuidade. Não é boa uma divisão na eleição;, argumentou ontem, logo após encontro do partido em São Paulo, quando foram escolhidos os novos dirigentes locais e comemorada a chegada de filiados. Outro caminho seria unir-se a Ciro, que saiu à frente nas negociações e já ofereceu aos pedetistas cargo de vice-presidente na chapa presidencial. Uma fatia da legenda defende também a candidatura própria. Lupi é um dos cotados.
Domicílio eleitoral
O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) justificou ontem, no Ceará, a transferência de seu domicílio eleitoral para São Paulo. Segundo ele, foram três os fatores, entre os quais um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ;Num dos cenários para 2010, ele (Lula) avaliava esse gesto como necessário;, disse Ciro. Outro seria uma avaliação do PSB de que, para viabilizar a candidatura a presidente, ele precisaria aprofundar suas relações com São Paulo, o estado mais populoso e rico do país, e também uma ameaça de opositores do atual governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), seu irmão, de impugnar sua candidatura.