Politica

Dilma usa tom conciliador sobre Ciro e Marina e "descasca" abacaxis na Bahia

postado em 11/10/2009 10:17
Durante rápida visita a uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na capital baiana, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, distribuiu afagos aos seus possíveis adversários na disputa pela Presidência da República em 2010. Ela se referiu a Ciro Gomes (PPS-CE) como um "grande companheiro" e insinuou aliança no segundo turno, se for o caso. "Não sei quando, mas vamos ficar juntos. Tenho certeza que ele é uma pessoa do nosso campo, do nosso projeto", disse. [SAIBAMAIS]Um compromisso marcado de última hora pela ministra, a conferência estadual do PCdoB(1), serviu para medir a força de sua candidatura no partido, integrante do chamado bloquinho, de possível apoio a Ciro. Ovacionada com gritos de "Dilma presidente", ela entrou no auditório lotado e fez um discurso firme sobre o papel do PCdoB na história brasileira e sobre as realizações do governo federal. Lendo um pronunciamento escrito a mão, desqualificou a oposição, classificando-a de "pérfida". "As forças do passado tentam mais uma vez se organizar. Elas usam uma tática ao mesmo tempo astuta e desconexa. São astutos ao tentar fragmentar a base aliada do governo Lula. São pérfidos ao tentar confundir as pessoas e dizer que nossos modelos são parecidos ou quase iguais aos deles. E são contraditórios e desconexos quando tentam explicar os nossos resultados como frutos de suposta benesse ou da conjuntura nacional e internacional, ou da nossa sorte ou da sorte do nosso presidente", discursou a ministra, aplaudida efusivamente por uma plateia que tentava tirar fotos dela. Morde e assopra Depois de afirmar, na sexta-feira, que a possível candidata presidencial pelo PV, Marina Silva, não se vincula ao projeto de Lula, Dilma foi mais cuidadosa ontem. Destacou que, assim como Ciro, a senadora pelo Acre "tem tudo para estar junto" com o PT. "Marina é uma pessoa que também participou do governo do presidente Lula e foi importante em vários momentos do governo. Não acredito que ela é do outro bloco", ressaltou a ministra, referindo-se a uma polarização da campanha entre petistas e tucanos. O local da obra que Dilma visitou em Salvador ontem é chamado de rotatória do abacaxi, por conta dos engarrafamentos constantes, segundo conta a população. Numa brincadeira semelhante às tiradas de Lula, a ministra sugeriu um novo apelido, talvez melancia ou mamão. "Porque o abacaxi nós vamos descascar", disse. Dilma recebeu de dois operários uma cesta de frutas variadas, menos abacaxi. "Escolheram a gente para entregar", disse o carpinteiro José Francisco de Lima, de 62 anos, envergonhado ao lado de Vanderlei de Assis, ajudante de pedreiro, 48 anos. Depois de cumprir agenda de dois dias na Bahia, entre cidades do interior e a capital, onde participou de missa na Basílica do Nosso Senhor do Bonfim, a ministra seguiu para Belém, a fim de comparecer à tradicional festa religiosa do Círio de Nazaré. No início do mês, Dilma esteve em um culto evangélico. 1- Prévias baianas O evento em Salvador é uma ação preparatória para o 12º Congresso Nacional do PCdoB, que ocorre em São Paulo em 5 e 6 de novembro. Cerca de mil delegados devem se reunir neste fim de semana para deliberar a posição do partido em diferentes questões. Hoje serão escolhidos o novo presidente estadual e o quadro de direção.

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