Politica

Oposição está "atordoada" em discussão do pré-sal, diz Gabrielli

postado em 13/10/2009 17:14
A oposição ao governo no Congresso está "atordoada" nas discussões das propostas de mudanças na legislação de exploração de petróleo no Brasil e não conseguiu confrontar as idéias do governo, disse nesta terça-feira o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. [SAIBAMAIS]Segundo ele, entre as mais de 800 emendas que foram apresentadas aos quatro projetos do Executivo para mudanças nas regras visando maior controle da União sobre o pré-sal, não há nenhuma que seja "totalmente confrontante" ao modelo proposto. "A oposição está atordoada. Hoje é praticamente consenso, por exemplo, que o sistema baseado em concessões precisa ser mudado", afirmou Gabrielli em debate promovido pelo jornal Folha de S.Paulo, acrescentando que considera o fator positivo para o país, porque mostra que o governo seguiu a direção correta sobre o assunto. O executivo defendeu a proposta da Petrobras como operadora única do pré-sal e a constitucionalidade de alguns aspectos, como a contratação direta da empresa pelo governo para explorar blocos ao longo da costa brasileira, posição que foi contestada durante o debate. O presidente da estatal foi questionado se o momento de envio das propostas ao Congresso, bem perto de um ano eleitoral, não foi calculado com o objetivo de reduzir a oposição à medida, considerando a influência da Petrobras na sociedade e também suas contribuições a campanhas. "Não tenho culpa se a Petrobras é uma empresa tão querida pelo brasileiro. Ele considera que quem bate na Petrobras é seu inimigo", afirmou, sem no entanto esclarecer se houve alguma programação para a apresentação das propostas levando a agenda eleitoral em consideração. Apesar dessa percepção do executivo, no Congresso um dos principais questionamentos sobre as propostas do pré-sal está justamente na questão da exclusividade operacional da Petrobras. Muitas das emendas pedem que isso seja modificado para permitir que outras empresas possam operar na região. Em debate na Fiesp na semana passada, o vice-líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, afirmou que há efetivamente muitos pontos em que pode haver entendimento com o governo em relação às propostas para o petróleo, mas questionou a exclusividade operacional. "Não há como garantir que a Petrobras como operadora única trará a melhor relação custo-benefício para o país", disse na ocasião.

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