Politica

Oposição vê viés eleitoral em visitas de Lula às obras do Rio São Francisco

Luiz Ribeiro/Estado de Minas - Enviado especial
postado em 14/10/2009 09:13
A maratona de visitas às obras de revitalização e transposição do Rio São Francisco que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz a partir de hoje com a ministra da Casa Civil e sua pré-candidata ao Planalto, Dilma Rousseff, gerou críticas da oposição e de ambientalistas. Para o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), além do objetivo eleitoral de favorecer a petista, a viagem do presidente ao Vale do Rio São Francisco, em Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, visa esconder os problemas enfrentados pelo governo com o excesso de gastos públicos e dar uma ideia de que ;tudo vai bem, obrigado;.

;Em 2009, a arrecadação teve uma queda de 1,5% em termos nominais. Mas as despesas do governo com pagamento de pessoal cresceram 16%. Por isso, houve a queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), e agora o governo se viu obrigado a segurar as restituições do Imposto de Renda. Então, para iludir a opinião pública, resolveram fazer esse périplo, que tem o claro cunho eleitoral, com a ministra (Dilma) a tiracolo, mas querem também tapar o sol com a peneira;, disparou José Agripino.

Meio Ambiente
Para o ambientalista Apolo Heringer Lisboa, as obras da revitalização do Rio São Francisco apresentaram avanço no que se refere ao tratamento de esgoto. Mas, para a recuperação da bacia, faltam investimentos em outras ações para aumentar o volume de água e permitir o retorno dos peixes ao rio, como o combate ao assoreamento e o replantio de matas ciliares.

[SAIBAMAIS];Não podemos negar que houve avanços, com o tratamento de esgoto em cidades menores. Mas é preciso acelerar as obras de recuperação ambiental;, afirmou Heringer, que é um dos fundadores do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. À frente do Projeto Manuelzão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ele também coordena as ações para a despoluição do Rio das Velhas, um dos principais afluentes do Velho Chico. O ambientalista lembrou que o governo incluiu no projeto da revitalização a construção de barragens em afluentes do São Francisco. ;Mas construção de represas não significa revitalização;, salientou.

A Companhia do Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) em Minas divulgou relatório informando que os investimentos na revitalização do rio no estado chegam a R$ 476 milhões, incluindo, além do tratamento de esgoto, a recuperação de matas ciliares e o combate ao assoreamento. Integrante da Comissão Interparlamentar de Estudos do Rio São Francisco, o deputado estadual Paulo Guedes (PT) contestou Apolo Heringer e afirmou que a obra de revitalização inclui várias ações, como o fornecimento de água potável para as populações ribeirinhas.

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