Patrícia Aranha
postado em 17/10/2009 11:10
A direção do PSDB está sendo pressionada interna e externamente a apressar a definição sobre o candidato a presidente da República no ano que vem. Lideranças tucanas estão preocupadas com a formação dos palanques estaduais e aliados como DEM e PPS reclamam que a oposição estaria perdendo terreno em relação ao governo, principalmente depois da viagem de três dias do presidente Lula às obras de transposição do Rio São Francisco, acompanhado de dois pré-candidatos da base aliada: a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). ;O governo está caminhando e a gente está patinando;, comparou ontem o presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ).Apesar de ter concordado com a realização das prévias do PSDB, o governador de São Paulo, José Serra, tem trabalhado nos bastidores para que a escolha seja fruto de um consenso e que só seja anunciada no fim de março, quando termina o prazo para desincompatibilização de quem disputará eleição no ano que vem. ;Não ouço mais falar em prévias, o assunto deu uma esfriada boa;, admitiu ontem o prefeito de Curitiba, Beto Richa, pré-candidato ao governo do Paraná. Defensor da consulta às bases, o governador Aécio Neves vai aproveitar o seminário Emprego e inclusão social, promovido pelo partido em Goiânia, hoje, com a presença dos dois pré-candidatos, para cobrar uma definição.
A cúpula partidária não cumpriu resolução aprovada pela Executiva Nacional em 1; de julho dando prazo até o fim de setembro para que a data das prévias fosse marcada, entre dezembro deste ano e fevereiro do ano que vem. As inscrições para os filiados que querem participar começaram em 12 de agosto, mas o Diretório Nacional sequer divulga quantos tucanos se interessaram pelo processo até agora. Um dos requisitos para a consulta, o recadastramento de 1,1 milhão de filiados, também previsto para acabar em setembro, foi adiado para o fim de novembro.
Enquanto o PSDB adia a decisão, a ministra Dilma Rousseff já acertou os ponteiros com PMDB, PDT e PR e tem encontro marcado na semana que vem com a cúpula do PP. Para o presidente do PPS, Roberto Freire, dá para esperar apenas até o fim do ano. ;A oposição não deve se deixar levar por uma certa ansiedade, em função da desfaçatez e irresponsabilidade do governo Lula, que está desrespeitando a legislação e fazendo comícios com a sua candidata utilizando recursos públicos. Mas também não vou dizer que não estou preocupado com a demora. Março, talvez, seja muito tarde;, disse.