Na tentativa de cacifar a candidatura da ministra Dilma Rousseff à Presidência da República em 2010, o governo aposta em fórmulas que mesclam componentes econômicos e políticos, para fortalecer áreas que servirão de palanque para a sucessão. Na última terça-feira, por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva baixou medida provisória que abre um crédito de R$ 6 bilhões para a Caixa Econômica Federal (CEF), maior fiadora do programa Minha Casa, Minha Vida. Oficialmente, os recursos foram negociados com o Ministério da Fazenda para garantir o fluxo de crédito no banco. Na prática, faz com que a Caixa não fique inviabilizada de conceder financiamentos, mesmo diante do aumento da demanda. Segundo o último balanço da CEF, os contratos fechados para financiar imóveis do programa habitacional do governo até o dia 9 deste mês somavam R$ 6,1 bilhões.<br /><br />Isso é uma prévia do que virá em 2010, quando há previsão de recorde em investimentos e gastos com programas sociais no Orçamento. Levantamento feito pelo Correio mostra que, este ano, o governo remanejou mais de R$ 3,7 bilhões para pastas que carregam bandeiras da infraestrutura e da assistência social. Só o Ministério do Desenvolvimento Social, que gerencia os recursos do Bolsa Família, recebeu um aporte de R$ 968,1 milhões, remanejados por meio de créditos suplementares.<br /><br />Os ministérios das Cidades e dos Transportes, que arcam com as maiores fatias do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), receberam reforços de mais de R$ 1 bilhão cada. Na outra ponta, o governo tem ampliado o caixa dos financiadores públicos do país. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recebeu, no início do ano, um reforço de caixa no valor de R$ 100 bilhões.<br /><br /><strong>Desenvolvimento</strong><br />A equação montada pela equipe do presidente Lula reforça o discurso adotado desde o início da já superada crise econômica. ;Isso é para manter o Brasil na rota do desenvolvimento, garantindo crédito, e criando empregos, mesmo em tempos de crise. Tudo indica que estamos entrando em um período de arrancada das obras de infraestrutura;, avaliou o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP).<br /><br />A oposição pinta outro cenário. ;O governo está gastando muito, mas a execução não cumpre isso. Só 15% do PAC foi executado. Ele está torrando dinheiro, gastando sem prioridade. Esses números são uma mentira;, criticou o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP).<br /><br />Para os baixos índices de concretização dos investimentos ; usados pela oposição para combater as metas divulgadas pelo governo ;, o presidente Lula já escolheu os culpados. Na semana passada, ele voltou a criticar a atuação do Tribunal de Contas da União (TCU), que fiscaliza obras que contam com recursos federais. ;Fazer uma obra no Brasil hoje é muito difícil. Mas não existe nenhuma obra parada no país por falta de dinheiro.; <br /><br /><em>Leia a íntegra da matéria na edição impressa do</em> <strong>Correio Braziliense</strong>