postado em 20/10/2009 20:36
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul arquivou nesta terça-feira (20/10), o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB). Por 30 votos a 17, o plenário aprovou o parecer da comissão especial que pedia o arquivamento do pedido apresentado por funcionários do governo em julho deste ano.
[SAIBAMAIS]No pedido, os integrantes do Fórum dos Servidores Públicos do Estado apresentaram denúncias de corrupção envolvendo os agentes do governo do estado. O relatório aprovado na semana passada na comissão especial foi elaborado pela deputada Zilá Breitenbach, do mesmo partido da governadora. Ela disse que não identificou %u201Cjusta causa%u201D para autorizar as investigações.
Antes do arquivamento, os deputados da oposição chegaram a apresentar uma denúncia de que o governo pagou cerca de R$ 100 mil em material de construção para uma obra particular da governadora. Como prova, os opositores da governadora apresentaram os empenhos e as despesas autorizadas pela Casa Civil. O endereço de entrega era a casa particular de Yeda Crusius, em Porto Alegre.
O governo admitiu a compra dos materiais para a casa da governadora. Em nota, considerou a operação "totalmente legal", por se tratar da "aquisição de bens e serviços necessários à habitabilidade do local onde o governador reside".
Na semana passada, a governadora já havia obtido uma vitória na Justiça Federal. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu excluir o nome de Yeda Crusius da ação de improbidade administrativa impetrada pelo Ministério Público Federal (MFP) em agosto deste ano.
Na ação Yeda chegou a se acusada pelo MPF de liderar um esquema de corrupção envolvendo mais oito pessoas ligadas ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. Na ação, o grupo de Yeda era classificado como uma %u201Corganização criminosa%u201D.
Estão citados na ação o ex-marido de Yeda, o professor Carlos Crusius, o deputado federal José Otávio Germano, os deputados estaduais Luiz Fernando Záchia (PMDB) e Frederico Antunes (PP), o ex-secretário Delson Martini, a assessora da governadora Walna Vilarins Meneses, o vice-presidente do Banrisul, Rubens Bordini, e o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), João Luiz Vargas.
O Ministério Público Federal sustenta que "os réus participaram ativamente da prática de expressiva fraude". O desvio, de acordo com a ação, atinge a cifra de R$ 44 milhões.