postado em 23/10/2009 20:13
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, disse nesta sexta-feira (23/10), em São Paulo, que o julgamento no STF do pedido de extradição do italiano Cesare Battisti, que deveria ser retomado no próximo dia 28, foi marcado por solicitação da defesa para o dia 4 de novembro.
[SAIBAMAIS]"A ideia era termos a sequência do julgamento no próximo dia 28, mas recebi uma comunicação do advogado Luís Roberto Barroso [advogado de Battisti], dizendo que assumira com o governo da Polônia um compromisso para quatro palestras e que estaria fora nesse período. Temos um processo envolvendo um cidadão que está preso mas, se a própria defesa pede o adiamento, esse pleito deve ser atendido", disse.
Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1993, pela suposta autoria de quatro assassinatos entre 1977 e 1979, na Itália. Na época dos fatos, ele integrava a organização de esquerda Proletários Armados pelo Comunismo. Battisti está preso preventivamente no Brasil desde março de 2007.
Ele está na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal. Em maio do mesmo ano, o governo italiano pediu a extradição, mas posteriormente, em 13 de janeiro deste ano, o ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu status de refugiado político ao italiano, sob a alegação de que Battisti não teve direito a ampla defesa no seu país de origem e de que um eventual retorno colocaria em risco a integridade física do escritor. A decisão de Tarso, que contrariou o entendimento do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), foi duramente criticada por autoridades italianas que definem Battisti como "terrorista".
O placar momentâneo é de três votos pelo arquivamento do processo de extradição - dos ministros Eros Grau, Joaquim Barbosa e Cármen Lúcia - com consequente expedição de alvará de soltura para Battisti, e quatro pelo deferimento do pedido do governo italiano - do ministro Cezar Peluso, relator do processo, e dos ministros Ricardo Lewandowski, Ayres Britto e Ellen Gracie. Faltam votar apenas Marco Aurélio Mello e o presidente do STF, Gilmar Mendes.