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TCU defende as viagens dos ministros

Assessoria do órgão aponta que deslocamentos têm razão institucional e estão assegurados em legislação

Os ministros e auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) já gastaram R$ 132 mil este ano para custear hospedagens e alimentação em viagens pelo Brasil e também para o exterior. O recordista em despesas até agora é o vice-presidente e corregedor da corte, ministro Benjamin Zymler, cujas despesas com diárias já somam R$ 34 mil, de acordo com levantamento feito pelo Correio no Siga Brasil, sistema do Senado Federal que informa dados da execução orçamentária da União.

O presidente do tribunal, Ubiratan Aguiar, aparece em segundo lugar. Este ano, ele já utilizou R$ 28 mil dos cofres da instituição para custear viagens que incluem desde participações em conferência de contabilidade em São Paulo e em palestras no Ceará e no Acre até atuação como representante do tribunal em reuniões da Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai) na Ucrânia e na Noruega.

[SAIBAMAIS]Os dados incluem ainda uma viagem de Aguiar a Ouro Preto, em abril, para que recebesse a ;Grande Medalha da Inconfidência;, honraria oferecida pelo governo de Minas Gerais a personalidades que contribuíram para a projeção do estado e do país. Embora a homenagem fosse pessoal, os R$ 1.248 de hospedagem e alimentação do presidente da corte na cidade foram custeados pelo TCU.

A lista de viagens de Zymler este ano inclui sete palestras em estados das cinco regiões do país além de missão para representar o TCU em reunião da Intosai na Áustria. Com exceção dos ministros Raimundo Carreiro e José Jorge, os outros integrantes da corte também fizeram viagens este ano para representar o tribunal em reuniões da organização internacional na Rússia, China, Qatar e Indonésia. Procurado pela reportagem do Correio, o presidente do TCU não foi localizado para comentar os gastos com viagens. Os outros ministros também não foram encontrados para falar sobre o assunto.

A assessoria de imprensa informou que as viagens dos ministros são para representação institucional, conforme resolução aprovada no plenário do órgão, que garante a eles as mesmas vantagens asseguradas aos magistrados do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Quanto à viagem para a condecoração em Ouro Preto, a assessoria informou que havia uma reunião de trabalho no mesmo dia.