postado em 05/11/2009 21:55
Brasília - Ao receberem o comunicado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de que havia empossado o empresário Acir Gurgacz (PDT-RO) como senador, no lugar de Expedito Júnior (PSDB-RO), cassado por compra de voto e abuso de poder econômico, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) lamentaram o clima de ;instabilidade institucional; que o episódio provocou. O ministro Marco Aurélio Mello criticou a demora do Senado em cumprir a decisão.[SAIBAMAIS];Uma decisão mandamental do Supremo, uma vez comunicada, há de ser observada de imediato, sem cogitar-se da instauração de um processo administrativo para saber se deve ou não ser observada essa decisão. Que tomemos esse incidente como exemplar para avançarmos culturalmente;, disse o ministro, logo após o comunicado ter sido lido pelo presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes.
O presidente do STF ressaltou que é necessário ter regras bem definidas de organização para evitar que haja em casos futuros essa situação. Com o comunicado, opinou o ministro Celso de Mello, o presidente do Senado demonstrou estar consciente de sua responsabilidade institucional. ;O presidente do Senado revelou a exata compreensão do que significam as decisões tomadas pela Suprema Corte;, ressaltou.
O senador Expedito Júnior decidiu hoje (5) retirar o requerimento encaminhado à Mesa Diretora para que enviasse à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado uma consulta para analisar a cassação de seu mandato determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral )TSE) e confirmado Supremo. Com isso, Expedito Júnior afastou-se do Senado, o que possibilitou a posse imediata do segundo candidato mais votado, Acir Gurgacz.
A demora no cumprimento da determinação do STF provocou uma série de críticas de representantes do Judiciário à postura adotada pela Mesa Diretora do Senado. O próprio presidente Sarney admitiu que a demora desgastou a imagem do Senado.