postado em 06/11/2009 09:43
A farra das passagens continua a se desenrolar em ritmo de novela na Câmara. A Mesa Diretora absolveu Eugênio Rabelo (PP-CE) e Paulo Roberto Pereira (PTB-RS) de envolvimento num esquema ilícito de comércio de bilhetes aéreos. Mas o corregedor Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) abriu uma nova sindicância para apurar se o deputado licenciado Paulo Bauer (PSDB-SC), atual secretário estadual de Educação em Santa Catarina, beneficiou-se da ilegalidade.Se o processo contra Bauer, relatado pelo terceiro secretário Odair Cunha (PT-MG), prosperar ele será o único punido porque a cúpula política da Câmara está às voltas de dar um salvo conduto duplo a Paulo Roberto. O deputado do PTB gaúcho responde à acusação de que retinha parte dos salários dos funcionários. Com tudo sendo desenhado para uma pizza geral, Nelson Marquezelli (PTB-SP), quarto-secretário da Mesa, pediu mais tempo para analisar o parecer que pedia a abertura de processo disciplinar no Conselho de Ética contra seu colega. E prometeu apresentar um voto em separado pedindo o arquivamento da denúncia.
Conselho de ética
O deputado Marcelo Ortiz (PV-SP), relator da sindicância contra Paulo Roberto, propôs a abertura de processo no Conselho de Ética por quebra de decoro porque os funcionários suspeitos de repassar dinheiro ao parlamentar nunca apareceram para trabalhar. A acusação foi feita durante o processo de investigação da farra das passagens por um antigo chefe de gabinete. Nos autos, o deputado do Rio Grande do Sul negou as acusações, disse ter já exonerado o antigo servidor e atribuiu a denúncia a uma vingança.
[SAIBAMAIS]Marquezelli usa a mesma lógica do colega para trabalhar por sua inocência. No clima geral de colocar todas as denúncias embaixo do tapete, os integrantes da Mesa Diretora avaliam que a votação será apertada e não dão como certa a abertura de processo. ACM Neto rechaçou o termo ;pizza; para classificar o fim dessa primeira etapa dos trabalhos da corregedoria. Disse que, sim, o esquema de ilegalidade com passagens existiu, mas que até agora nenhum parlamentar envolveu-se. ;Estou tranquilo da conclusão que a corregedoria fez. Posso afirmar com tranquilidade que os dois não tiveram participação;, disse ACM Neto.