postado em 10/11/2009 14:28
O PSDB e o Democratas (DEM) encaminharão 18 representações ao Ministério Público para que sejam aprofundadas as investigações sobre uma série de supostas irregularidades na Petrobras. A iniciativa foi tomada a partir da decisão dos dois partidos de abandonar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, cujos trabalhos começaram em julho no Senado.
A oposição acusa o governo de ter montado "uma tropa de choque" para impedir as investigações. Segundo os representantes dos dois partidos na CPI, todos os requerimentos para quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico foram arquivados ou rejeitados pela base governista. "O governo escolheu a dedo seus representantes na CPI", afirmou o autor da proposta de criação da comissão de inquérito, Álvaro Dias (PSDB-PR).
O senador tucano disse que o ponto mais grave das investigações seria um superfaturamento de no mínimo US$ 2 bilhões nos contratos para a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco (PE). Segundo ele, o levantamento desses valores foi feito por técnicos do Senado.
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), destacou que as representações vão abranger também o uso de recursos da estatal para campanhas publicitárias e a recontratação, pela Petrobras, de empresas envolvidas no esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal na Operação Águas Profundas.
A ação foi resultado de dois anos de investigação da Polícia Federal de fraudes em licitações para obras e prestação de serviços em plataformas de petróleo. Em 2007, policiais federais realizaram uma série de prisões de representantes das empresas envolvidas e funcionários da Petrobras.
As denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público. Sérgio Guerra afirmou que algumas das empresas envolvidas nas investigações da Polícia Federal foram recontratadas, "com valores às vezes até maior do que recebiam antes da operação", para prestação de outros serviços.