postado em 20/11/2009 08:50
Ganha corpo dentro do PSDB a tese de que até janeiro o partido apresentará um nome para concorrer ao Palácio do Planalto nas próximas eleições. A legenda hoje sofre com a pressão interna e de siglas aliadas pela indicação de um candidato. Falta convencer os principais envolvidos no assunto, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), de que essa é uma boa estratégia.A vontade de que o partido defina logo seu candidato tem apoio de 20 dos 22 dirigentes regionais do PSDB que participaram do encontro na última quarta-feira, na sede da sigla em Brasília. Eles externaram preocupação com os palanques estaduais. Os tucanos se preocupam muito, por exemplo, com o Rio de Janeiro, onde a demora no apontamento do nome está fazendo com que adversários políticos ganhem espaço nas negociações com possíveis aliados.
Para que janeiro seja o mês da revelação tucana, há um trabalho muito forte na cúpula do partido pela recomposição das relações entre Serra e Aécio. Ambos são pré-candidatos à Presidência em 2010. O sonho de dirigentes nacionais do PSDB é que Serra e Aécio componham uma chapa puro-sangue nas eleições. O anseio foi o propulsor dos seminários em que os dois pré-candidatos dividiram espaço. Mas esse trabalho de aproximação sofreu grande desgaste nos últimos meses.
Em outubro, líderes do Democratas ; partido aliado ; foram a público pedir ao PSDB que apresentasse o nome do candidato o mais cedo possível. Esbarraram na vontade de José Serra, que lidera as pesquisas de intenção de voto no país. O governador paulista quer estender ao máximo a apresentação de um nome. Com isso, ganha mais tempo como gestor de um dos estados mais importantes do país, e adia o confronto ; e eventuais desgastes ; no embate com a candidata do PT, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
[SAIBAMAIS]Aécio, que divide o apoio de Serra com o DEM mas conta com aliados em partidos como PTB e PP, por exemplo, iniciou conversas com representantes de outras legendas. A capacidade de aglutinação do governador mineiro é um de seus pontos mais fortes no jogo eleitoral. O mais polêmico desses encontros, com o pré-candidato do PSB, o deputado federal Ciro Gomes (CE), rendeu muito dentro do partido. Aécio amenizou a repercussão. Disse que não pode deixar de receber políticos de outras legendas por conta da proximidade do processo eleitoral e descartou qualquer tentativa de fragilizar ou pressionar o governador José Serra com isso. ;Faço política conversando;, destacou.
Os que defendem a apresentação de um nome até janeiro se esmeram na reconstrução das relações entre Serra e Aécio, e avaliam a postura do governador mineiro como um avanço nesse sentido. Torcem para que, até dezembro, as conversas entre os dois estejam mais azeitadas. Se não for possível fechar um palanque puro-sangue, querem evitar que um trabalhe contra o outro após a escolha do partido. ;Eles terão que se acertar. Com os dois juntos, ganhamos as eleições. Se concorrerem separados, teremos um processo muito difícil;, avaliou um dos nomes mais influentes do partido.