postado em 23/11/2009 08:13
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que as divergências entre PT e PMDB em alguns estados podem fazer com que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, tenha dois palanques regionais, durante sua campanha à Presidência da República, em 2010. A declaração do presidente foi dada ao deixar o local de votação das eleições internas do PT, na sede nacional do partido, no Setor Comercial Sul, onde esteve acompanhado da ministra e da primeira-dama, Marisa Letícia. Na disputa pelo comando do partido, estão o ex-senador José Eduardo Dutra ; favorito ; e os deputados José Eduardo Cardozo, Geraldo Magela e Iriny Lopes. Até às 23h desse domingo (22/11), os números sobre a votação interna não haviam sido divulgados.Segundo Lula, serão os novos dirigentes da legenda é que estarão à frente da campanha de Dilma e terão a responsabilidade de aparar as arestas regionais.
;O que é importante é que, se houver divergência na base aliada, nos estados, isso não seja impeditivo para a ministra Dilma ter dois ou mais candidatos;, disse Lula. ;É sempre difícil imaginar que um candidato ou candidata a presidente vá ao estado fazer comício em dois palanques diferentes.; Em quase toda a entrevista, Lula demonstrou preocupação com as diferenças entre petistas e peemedebistas em algumas regiões. Hoje, as divergências ocorrem em pelo menos seis estados e no Distrito Federal. As mais difíceis de contornar são as de São Paulo, do Rio Grande do Sul e da Bahia.
;Não tenho mais ilusão quando se trata das disputas locais. Por mais que a gente oriente as pessoas que o que deve prevalecer é um projeto nacional, normalmente o que tem acontecido é que cada uma olha para o seu umbigo e prevalecem as questões dos estados;, reclamou Lula. O presidente lembrou que isso ocorreu em 2006, durante a reeleição, quando ele teve dois palanques em Pernambuco, onde o PT disputava com o atual governador, Eduardo Campos, que é do PSB. ;É sempre muito complicado, parece fácil colocar no papel, muito simples, mas na prática você não tem como fazer dois discursos, pedir votos para dois candidatos diferentes;, disse o presidente.
Para Lula, o seu partido deverá disputar as eleições do próximo ano com mais maturidade em relação a campanhas passadas. ;O PT está hoje muito mais preparado, muito mais calejado e mais senhor da situação gerencial de uma cidade, de um estado ou do país;, disse Lula, que considerou que os erros de seu partido, durante os oito anos de governo, ocorrem em outros locais do mundo. ;Não existe na história da humanidade, na história política e partidária do mundo, um partido que estando no poder não tenha cometido erros. Isso aconteceu no mundo inteiro, aconteceu no PT.; Precisamos ter clareza de que os erros cometidos devem servir de ensinamento para que isso não ocorra outra vez.;
Lula afirmou que caberá aos novos dirigentes do PT a condução das campanhas eleitorais do próximo ano, principalmente da ministra Dilma Rousseff. Tanto Lula quanto Dilma estariam propensos a votar no ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra. ;Essa nova direção vai coordenar a campanha política e os trabalhos da companheira Dilma Rousseff. É importante que o partido faça agora e a gente comece o ano com uma direção bastante aquecida, disposta a ganhar;, afirmou o presidente. Dutra disputou a eleição interna do PT com outros cinco candidatos.
Domingo, Dilma Rousseff defendeu a participação do ex-deputado José Dirceu e de outros petistas denunciados por causa do mensalão nas chapas que disputam o comando do diretório nacional. Segundo ela, o partido deve adotar a prática da presunção da inocência. Segundo a ministra, nenhum dos acusados de participar do esquema foi julgado ou condenado em definitivo pelo Supremo Tribunal federal (STF), o que impede a formação de qualquer juízo de valor. ;Ninguém pode ser cassado a priori. Eu acho que nós demos um passo grande no Brasil, quando se compara a outros países do mundo, e dizemos que somos uma das maiores democracias do mundo;, afirmou Dilma
"O PT está hoje muito mais preparado e mais senhor da situação gerencial de uma cidade, de um estado ou do país"
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República