postado em 24/11/2009 08:09
A proximidade do ano eleitoral e a hesitação de potenciais concorrentes ao Palácio do Planalto em definir a intenção de disputar o pleito começam a desenhar um novo cenário na intenção de votos dos eleitores. Foi o que mostrou a última pesquisa realizada pelo Instituto Sensus a pedido da Confederação Nacional de Transportes (CNT). A sondagem demonstra que um dos pré-candidatos do PSDB à Presidência da República, José Serra, tem caído na preferência dos brasileiros, apesar de ainda liderar a disputa em todas as simulações. O tucano tem 31,8% das intenções de voto na pesquisa estimulada (quando o nome dos candidatos é apresentado), contra 46% em dezembro passado. ;Achamos que a queda é resultado da indecisão em torno da candidatura serrista e da ligação que os eleitores fazem entre ele e Fernando Henrique. Como o índice de rejeição a FHC é de quase 50%, o governador paulista pode sofrer efeitos dessa resistência;, opina o presidente da CNT, Clésio Andrade.
Enquanto Serra perde espaço, o governador mineiro Aécio Neves (PSDB) desfruta da posição de pré-candidato de centro e do distanciamento de sua imagem em relação à do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em dois meses, passou de 19% para 20,7% e aparece em chapa vitoriosa nos dois turnos nas simulações que o relacionam ao governador Serra ou ao deputado Ciro Gomes (PSB).
Plausível
A aliança entre Aécio e Ciro era tida como remota até o inicio do mês, mas agora já é avaliada pela cúpula do PSDB como plausível. Ao visitar Minas na semana passada, Ciro afirmou que considera sair da disputa caso o candidato tucano seja Aécio. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou que todas as hipóteses serão analisadas, de forma a garantir que o anúncio da candidatura e das alianças ocorra até o inicio do ano. ;Estamos bem. O Serra vence em qualquer cenário e o Aécio cresce rapidamente. Qualquer uma das nossas opções tem grandes chances de vitória, enquanto a Dilma aparece apenas com o percentual equivalente ao que o Lula consegue transferir de votos;, opina Guerra.
A análise do presidente do PSDB tem como base o fato de a ministra Dilma aparecer com 21,7% das intenções de votos, enquanto a capacidade do presidente Lula de eleger qualquer candidato é avaliada em pouco mais de 20%. ;Ainda é cedo. Tem lugares no país em que ninguém sabe que a Dilma é a candidata do Lula;, opina o líder do PT na Câmara, Cândido Vacarezza.
Além da capacidade considerável de transferir o apoio dos eleitores para qualquer candidato, o governo comemora o fato de a popularidade do presidente continuar crescendo, mesmo em tempos de apagão. De acordo com a pesquisa, 78,9% dos entrevistados aprovam o presidente e 70% consideram positivo o desempenho do governo. A sondagem ouviu 2 mil pessoas em 136 municípios entre 16 e 20 de novembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.